Cantor country Garth Brooks acusado de violação
Violação terá acontecido em Maio de 2019. A vítima, maquilhadora e cabeleireira do cantor e compositor, acusa-o ainda de outras formas de violência sexual.
Garth Brooks, estrela norte-americana da música country, está a ser acusado de violação e de outros actos de violência sexual por uma maquilhadora e cabeleireira que terá começado a trabalhar para o músico em 2017. No processo que deu entrada num tribunal em Los Angeles esta quinta-feira, e no qual mantém o anonimato, a alegada vítima, que é representada por Douglas Wigdor — advogado que, escreve a revista Variety, já entrou na justiça com várias queixas contra Harvey Weinstein, rosto do movimento #MeToo, “e outras figuras poderosas” —, acusa Brooks de a ter violado em Maio de 2019 num quarto de hotel, após um evento dos Grammys. A mulher diz que o trauma fê-la considerar o suicídio.
Brooks, 62 anos, já reagiu à queixa, rejeitando veementemente todas as acusações e alegando que está a ser chantageado há dois meses para pagar “muitos milhões de dólares” a esta mulher — que, acrescentou o músico na sua declaração, foi processada há um mês por tentativa de extorsão, difamação e imposição de sofrimento emocional.
Douglas Wigdor e as duas advogadas que estão a acompanhá-lo neste caso, Jeanne Christensen e Hayley Baker, referem-se a esta queixa, submetida num tribunal no Mississipi, como “nada mais do que um acto de desespero e uma tentativa de intimidação”. A queixa apresentada esta quinta-feira, continuam, “demonstra que os predadores sexuais não existem apenas na América corporativa, em Hollywood e nas indústrias do rap e do rock, mas também no mundo da música country”.
De acordo com o processo, a queixosa começou a trabalhar mais regularmente para o músico dois anos depois de ter iniciado a sua relação profissional com ele, isto é, em 2019, numa altura em que ela estava a atravessar dificuldades financeiras. A mulher — que diz ter começado a ser a maquilhadora e cabeleireira da mulher de Brooks (a também cantora country Trisha Yearwood) muitos anos antes, em 1999 — começa por citar um suposto incidente, na residência de Brooks, em que este terá saído do duche com uma erecção, forçado a alegada vítima a tocar no seu pénis e instado a mesma a realizar sexo oral. “Ela recusou, mas continuou a trabalhar para ele”, escreve a Variety.
Seguiu-se, em Maio de 2019, a alegada violação, num quarto de hotel que Brooks teria reservado para os dois. A queixosa acusa o músico de, no rescaldo desse episódio traumático, discorrer com frequência sobre as suas fantasias sexuais à sua frente. Noutros supostos comportamentos reiterados, acrescenta o processo, a estrela country enviava-lhe mensagens inapropriadas ou ficava a olhar fixamente para os seus seios. A mulher diz que era pressionada para desabotoar a sua camisa, de modo a que o músico pudesse apalpá-la e depois masturbar-se.
Na declaração que emitiu após a notícia do processo ter começado a circular, Garth Brooks diz que nos últimos dois meses, com a suposta chantagem de que tem sido alvo, a vida tem sido o equivalente a alguém “acenar com uma arma carregada na [sua] cara”. “Dinheiro para silenciar, não importa se muito ou pouco, é dinheiro para silenciar. Na minha cabeça, significa que estou a confessar comportamentos dos quais sou incapaz — actos feios que nenhum humano deveria praticar contra outro”, afirma o músico, que diz ter submetido a sua queixa “anonimamente para salvaguardar as famílias de ambos os lados”. “Não tenho medo da verdade e não sou o homem que me fizeram parecer”, acrescenta.