Sem imigração o país encolhe e afasta-se dos países mais desenvolvidos

O P24 conta hoje com a presença do director da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Óscar Afonso.

Portugal chegou ao debate sobre a imigração dez anos depois de a imigração se ter colocado no centro das atenções da política e da sociedade na Europa. Mas, desde que chegou, esse debate tornou-se incontornável. Nos seus domínios, cruza-se a desinformação das redes, a demagogia de alguns políticos ou as percepções de muitos cidadãos sobre a insegurança ou sobre os empregos que estarão a ser roubados pelos imigrantes.

É neste momento que se torna indispensável sair dos guiões determinados pela emoção ou pelas ideologias e entrar no domínio dos factos. Dos saberes da ciência.

É neste domínio que se enquadra um estudo recente de um centro de investigação da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

O seu propósito era analisar as tendências, perspectivas e propostas para a economia e as empresas. Mas como no Portugal de hoje é impossível pensar no presente ou no futuro sem considerar a presença entre nós de mais um milhão de pessoas que vieram de fora, a imigração tem direito a um capítulo inteiro.

E o que se conclui nesse estudo? Uma coisa muito simples: se Portugal quiser chegar ao grupo dos mais ricos da União em 2033, terá de crescer 3% ao ano. Mas como esse crescimento exige disponibilidade de trabalhadores, e como Portugal tem uma das piores taxas de natalidade do mundo, essa meta só se consegue se chegarem ao país ainda mais imigrantes. Se em 2022 a taxa de imigrantes atingiu 1,13%, no futuro terá de aumentar para 1,32.

O que está em causa com este estudo não é, por isso, apenas a conservação do ritmo actual da emigração. O país se quiser ser mais rico, terá de abrir ainda mais as portas. Para saber os fundamentos destas conclusões, o P24 conta hoje com a presença do director da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Óscar Afonso, que foi responsável pela coordenação deste estudo.


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