OE2025. Marcelo não diz se aconselhou Montenegro a negociar com o Chega
O Presidente da República escusou-se a responder sobre se teria aconselhado o primeiro-ministro a chegar a um acordo com André Ventura. Marcelo mantém-se confiante na viabilização do Orçamento.
O Presidente da República mostrou-se confiante na aprovação do Orçamento do Estado para 2025, mas escusou-se a responder às questões dos jornalistas sobre se teria aconselhado o primeiro-ministro a fazer um acordo com o Chega. Esta quinta-feira, durante uma visita à escola secundária Alves Martins, em Viseu, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "até ao lavar dos cestos, é vindima".
Questionado sobre se teria aconselhado, no final da reunião do Conselho de Estado desta terça-feira, Luís Montenegro a chegar a acordo com André Ventura, como noticiou o Diário de Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a dar uma resposta concreta.
"Um Conselho de Estado serve para os conselheiros aconselharem o Presidente e falarem entre si", começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou que a reunião foi "um passo importante para a exposição dos pontos de vista". Se serviu para abrir "alguns novos horizontes", isso "os protagonistas é que decidem", vincou o Presidente da República.
Independentemente dos acordos que venham a ser feitos, Marcelo Rebelo de Sousa - como já vem sendo habitual - mostrou-se confiante na viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano. "Até ao último minuto, até ao último segundo acredito que vai haver Orçamento do Estado", disse, acrescentando que esta "é uma questão para ser resolvida amanhã, se não hoje mesmo".
O Presidente da República afirmou ainda que há orçamentos que só foram decididos "no último minuto". "A experiência de outros anos mostra que até ao lavar dos cestos, é vindima", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, notando que a votação do documento está prevista apenas para o final de Novembro
"A minha convicção é de que vai haver Orçamento e que isso é bom para a estabilidade e para a forma como de fora se olha para Portugal", insistiu o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa comentou também as críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) à proposta de IRS Jovem do Governo e a sugestão de uma redução de IRC diferente da do executivo.
Para o Presidente, a posição do FMI é "mista", já que é "mais pessimista quanto à baixa de certos impostos, menos pessimista quanto à baixa de outros". É uma "mistura", argumentou, defendendo que "do ponto de vista interno, agradaria a toda a gente".
O chefe de Estado aproveitou ainda a ocasião para referir que "acompanha" a posição do Governo português, relativamente ao impedimento do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entrar em Israel.
"O Governo português tomou uma posição que eu acompanho", assinalou, referindo-se ao pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros para que Israel repondere o considerar António Guterres como persona non grata. Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de que falou, por telefone, com o antigo primeiro-ministro português e declarou que seria "muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude por ser desproporcionada".