Bombeiros sapadores protestam com petardos junto à Assembleia da República

O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores espera mais de mil manifestantes na concentração em São Bento.

manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
manifestacao,protestos,sociedade,lisboa,sindicatos,governo,
Fotogaleria
Bombeiros manifestam-se em frente à Assembleia da República, Lisboa Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
04:07

Centenas de bombeiros sapadores de todo o país continuam a ocupar a escadaria da Assembleia da República, mesmo após apelos à desmobilização por parte de representantes sindicais. No topo das escadas, membros das equipas de intervenção rápida da PSP formam um cordão que separa os bombeiros da entrada do Parlamento.​ Diante do edifício do Parlamento, nem a chuva acalmou as chamas que vão consumindo pneus e lenha, num pequeno incêndio alimentado pelos bombeiros em protesto mas sob controlo.​

Os manifestantes garantem não querer desistir do protesto, que junta 1300 profissionais, segundo números do sindicato, pela valorização da sua carreira e salários e pelo reforço do financiamento público destinado aos bombeiros.

Em conversa, um dos bombeiros sapadores que se manifestam esta manhã em Lisboa conta que um intendente da PSP no cordão policial que bloqueia o topo da escadaria do Parlamento disse aos manifestantes: “Estamos com vocês, mas temos de fazer o nosso trabalho.”

A manifestação dos bombeiros sapadores em frente ao Parlamento, que pelas 12h25 juntava centenas de manifestantes nesta quarta-feira, ficou logo de início marcada pelo rebentamento de vários petardos​. Alguns dos bombeiros, fardados, começaram a subir a escadaria da Assembleia da República, em Lisboa, sempre acompanhados por agentes da PSP. Ao local, chegaram entretanto reforços da Unidade Especial de Polícia da PSP, para tentar travar o avanço dos manifestantes pela escadaria. e

Em frente ao edifício, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros, já depois do rebentamento de vários petardos e ao som heavy metal e rock'n'roll, intercalado pelo hino nacional e juntamente com uma palavra de ordem: "Sapadores!". Às 13h20, um caixão branco foi levado em braços para a porta do Parlamento enquanto os manifestantes gritavam a palavra vergonha, responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe.

Pelas 15h, bombeiros de vários distritos do Norte do país desmobilizaram para assegurar turnos de trabalho nas próximas horas.

Um minuto de silêncio

Ao longo das horas da concentração, em frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts pretas com a inscrição "Sapadores em Luta". Uma cruz de Cristo e tarjas com frases como "Bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!... outra vez..." ou "Sabes quem vai salvar o teu filho" estavam colocadas à frente do protesto. Alguns manifestantes desafiaram os deputados, o primeiro-ministro e o Presidente da República a fazerem uma "selfie" no cenário da manifestação, junto aos sapadores.

Durante o protesto, os manifestantes cumpriram um minuto de silêncio, em homenagem aos bombeiros que morreram nos incêndios do mês passado no centro e norte do país.

Os bombeiros sapadores reivindicam “acertos salariais para compensar o aumento da inflação”, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, de cerca de 100 euros, a par da regulamentação da carreira e da possibilidade de se reformarem aos 50 anos de idade. Em comunicado, Ricardo Cunha, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), lembrou que existe um compromisso do anterior Governo para atribuir a compensação aos bombeiros “com retroactividade a Janeiro de 2023, mas que, “até à data, tal não aconteceu“.

O sindicato pede ainda “a regulamentação da carreira, onde sejam contemplados os suplementos de risco, penosidade e insalubridade, bem como a disponibilidade permanente, em percentagem e à parte do vencimento”, a par da fixação de um horário de trabalho a nível nacional, que garanta a operacionalidade e a segurança dos bombeiros e daqueles que por eles são socorridos“.

No país existem cerca de três mil sapadores bombeiros, espalhados por 25 municípios, pelo que, sublinha Ricardo Cunha, estas medidas não serão um peso para o Orçamento do Estado. "Estamos a falar numa possível despesa anual inferior a 10%, comparativamente com aquilo que o Governo atribuiu às forças de segurança”, sustentou.

Em 5 de Setembro, Ricardo Cunha havia dito à Lusa que “a manifestação tem como objectivo mostrar que os bombeiros sapadores não estão contentes com o Governo, que faltou à palavra”.

Nas últimas horas, estiveram lá, junto aos manifestantes, líderes e representantes dos partidos com assento parlamentar como André Ventura do Chega, Inês Sousa Real do PAN, Fabian Figueiredo do BE, e Alfredo Maia do PCP, entre outros.​ com Lusa

Sugerir correcção
Ler 30 comentários