Trudeau sobrevive a segunda moção de desconfiança no Parlamento do Canadá
Apesar de ter perdido a maioria, o Governo liberal viu a Câmara dos Comuns chumbar a proposta dos conservadores, que pretendem desencadear eleições antecipadas.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobreviveu na terça-feira à segunda moção de desconfiança no Parlamento em menos de uma semana, depois de os partidos da oposição terem assegurado que, por enquanto, o Governo minoritário liberal se mantém em funções.
A iniciativa do Partido Conservador (CPC, centro-direita) foi chumbada por 207 votos contra 121 na Câmara dos Comuns. A moção anterior, votada na quarta-feira da semana passada, teve o mesmo desfecho.
Ao fim de nove anos no poder e a acusar o cansaço crescente dos eleitores por causa do aumento do custo de vida e dos preços da habitação, o líder do Partido Liberal (LPC, centro-esquerda) perdeu recentemente o apoio parlamentar do Novo Partido Democrático (NDP, esquerda), que acusa o Governo de não cumprir o que prometeu em matéria de políticas sociais e de investimento público.
Trudeau recusa, ainda assim, antecipar as próximas eleições legislativas, agendadas para Outubro do próximo ano, mas o CPC, motivado pelas sondagens que lhe atribuem o favoritismo nas intenções de voto, está a usar a proposta do Governo para aumentar o imposto federal sobre o carbono como justificação para o tentar derrubar.
Para desencadear uma eleição, os conservadores precisam do apoio da maioria (170) dos deputados na câmara baixa do Parlamento.
Mas o Bloco Quebequense (BQ, centro-esquerda), que defende a independência da província do Quebeque, tem votado contra as moções do CPC. Na semana passada, o partido explicou que apoiará Trudeau pelo menos até ao final deste mês, em troca do aumento das pensões dos idosos.
Mas mesmo que o BQ se vire contra o primeiro-ministro, este ainda pode ser salvo pelo NDP. Depois de vários anos ao lado do LPC, o partido de esquerda procura cimentar a sua presença enquanto força de oposição e também não tem interesse em ir imediatamente para eleições antecipadas. com Reuters