Filme-concerto dos Expresso Transatlântico, Ressaca Bailada estreia-se no Doclisboa

De um álbum publicado em Setembro de 2023, os Expresso Transatlântico fizeram um filme com o mesmo nome: Ressaca Bailada. É um filme-concerto, cujas filmagens decorreram em vários locais (Marvila, Guincho, Bairro Alto) entre os dias 13 e 17 de Abril deste ano e agora vai finalmente estrear-se no Doclisboa, primeiro no Cinema São Jorge, no dia 19 de Outubro, às 19h15 (sala Manuel de Oliveira), e depois no Pequeno Auditório da Culturgest, dia 21, às 14h.

Além do trio que compõe os Expresso Transatlântico, Gaspar Varela (guitarra portuguesa, viola, guitarra eléctrica), Rafael Matos (bateria) e Sebastião Varela (guitarra eléctrica), o filme tem ainda a participação dos músicos Tiago Martins (baixo), Zé Cruz (trompete, teclados, sopros, percussão), Iúri Oliveira (percussão) e, como convidado, Conan Osíris (voz num dos temas). Além de sete actores e actrizes, nas partes ficcionadas do filme: João Cachola, Rita Blanco, Laura Dutra, Vicente Wallenstein, Inês Pires Tavares, Rodolfo Major e Nuno Nolasco. Na sinopse agora divulgada, Ressaca Bailada é assim apresentado ao público: “Uma casa grande, com marcas temporais bem fincadas que se apresenta em cima de um ‘altar’ intocável. A relação individual com a liberdade, a união e/ou falta dela. A celebração da tradição enquanto a questionamos e encostamos à parede, num caminho que se aclara através da música.”

Em Abril, durante a rodagem, Sebastião Varela (responsável pelo argumento e pela realização) explicou deste modo ao PÚBLICO o que se pretende com este filme: “Queríamos fazer uma gravação ao vivo para lá dos videoclipes, uma cena mais orgânica, para podermos partilhar e apresentar a banda ao vivo sem ser só áudio. Entretanto, começámos a falar e pensámos que podia ser giro incluirmos aqui a estética e a imagética que usamos nos videoclipes.” O álbum, aliás, deu origem a quatro: Barquinha (com Conan Osíris), Bombália, Ressaca bailada e Porque nada tem um fim. Somando-lhe “elementos de narrativa” e novas ideias, estabeleceram um fio condutor para o filme, relacionando-o, segundo Sebastião, com a prática do grupo: “A história acaba por ser um desafiar do estatuto intocável da tradição. Há aquele pensamento de que com a tradição não se brinca, mas é isso que fazemos com a nossa música ao mexer nela, reinventá-la, trazendo a tradição para uma cena mais contemporânea. É uma parte muito importante do nosso trabalho, é isso que nos interessa, e este filme acaba por ser o desafiar desse pensamento.”