Portugal lidera projecto europeu para testar medicamentos em “órgãos-em-chip”

O projecto, coordenado pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica e pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, envolverá especialistas de várias instituições europeias.

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As investigadoras Sarela Santamarina e Cláudia Santos ITQB
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A Universidade Nova de Lisboa (UNL) lidera um projecto europeu que pretende estudar doenças e testar medicamentos em “​órgãos-em-chip", dispositivos miniaturizados que imitam o funcionamento de órgãos como o coração, cérebro, pulmões ou fígado utilizando células humanas.

O projecto é coordenado pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) António Xavier, em colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas, ambos da UNL, e envolverá especialistas de várias instituições europeias.

A investigadora Sarela Garcia-Santamarina, do ITQB e ​que lidera a equipa, disse em declarações à agência Lusa que estes dispositivos permitirão “estudar melhor as doenças e testar novos tratamentos de forma mais eficiente e adaptada à biologia humana, reduzindo o recurso a testes com animais.

Sendo criados com células humanas, nomeadamente com células de doentes, os “​órgãos-em-chip”​ “podem ajudar a personalizar tratamentos” para cada doente, avançando a medicina personalizada”, adiantou Sarela Garcia-Santamarina.

O foco do desenvolvimento e teste destes dispositivos miniaturizados será o estudo e tratamento de doenças crónicas, infecções hospitalares “e condições que envolvem interacções entre o corpo e micróbios”.

Combinando vários dispositivos deste tipo, os cientistas “podem ainda criar um sistema multi-órgão em chip para estudar as alterações funcionais, as interacções e a comunicação entre diferentes órgãos”, de acordo com um comunicado conjunto do ITQB e da Faculdade de Ciências Médicas da UNL.

O projecto é financiado em 1,5 milhões de euros pelo programa Horizonte Europa, que subsidia a ciência na União Europeia.