Energia mais barata não evita regresso da inflação a valor acima de 2%

Inflação homóloga recuperou em Setembro de 1,9% para 2,1%, numa subida que, mesmo assim, foi limitada pela descida de preços registada nos bens energéticos.

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Inflação nos bens alimentares não transformados subiu ligeiramente em Setembro Nelson Garrido
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Depois da forte descida registada em Agosto, a taxa de inflação homóloga em Portugal voltou a subir em Setembro, regressando a um valor acima de 2%, apesar da tendência de descida que se continua a verificar nos preços da energia.

De acordo com a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira para os dados da inflação, os preços dos bens e serviços em Portugal registaram em Setembro uma subida de 1,6% face ao mês imediatamente anterior, o que colocou a taxa de inflação homóloga (que representa a variação dos preços face ao mesmo mês do ano passado) em 2,1%.

É o regresso deste indicador a um valor acima da barreira dos 2%, depois de em Agosto a taxa de inflação homóloga ter registado uma queda acentuada de 2,5% para 1,9%.

Os dados agora apresentados pelo INE são ainda provisórios e parciais, não havendo indicação da variação dos preços por bem e serviço. Ainda assim, a autoridade estatística dá algumas pistas, revelando em particular que o principal contributo para a subida dos preços esteve desta vez afastado dos bens alimentares e energéticos.

O INE indica que, no que diz respeito aos produtos alimentares não-transformados, a taxa de inflação homóloga registou uma subida ligeira, de 0,8% em Agosto para 0,9% em Setembro, ao passo que nos produtos alimentares transformados se verificou uma descida de 4,6% para 4,3% no mesmo período.

E no que diz respeito aos bens energéticos, assistiu-se a um acentuar da tendência de descida dos preços, com a taxa de inflação homóloga a passar de um valor negativo de 1,5% em Agosto para um valor negativo de 3,5% em Setembro.

O contributo para a subida terá vindo, assim, de outros produtos. O INE revela na estimativa rápida divulgada esta segunda-feira que a taxa de inflação homóloga subjacente (que retira da análise os bens alimentares não-transformados e energéticos) subiu em Setembro de 2,4% para 2,8%.

Já a taxa de inflação homóloga harmonizada (que é a que se pode comparar com a dos outros países europeus e que inclui igualmente os preços dos bens e serviços adquiridos por não-residentes) registou uma subida significativa de 1,8% para 2,6%, o que parece apontar para a existência de subidas de preços em serviços como os da restauração ou alojamento.

A taxa de inflação média (que representa a média da taxa de inflação homóloga dos últimos 12 meses) manteve, ainda assim, a tendência de descida progressiva, passando de 2,3% em Agosto para 2,2% em Setembro. E a taxa de inflação média excepto habitação (que serve por exemplo de referência para a actualização de pensões e de rendas) passou de 2,2% para 2%.

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