CERN põe fim à cooperação com cientistas russos

O Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), com sede na Suíça, não vai renovar o acordo de cooperação com a Rússia, que termina no final de Novembro.

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Túnel do Laboratório Europeu de Física de Partículas, que tem o seu grande acelerador de partículas na fronteira franco-suíça VALENTIN FLAURAUD /EPA
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O Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) vai pôr fim à cooperação com até 500 cientistas afiliados em instituições russas devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, disse a instituição esta segunda-feira.

O CERN, com sede na Suíça, conhecido pela sua investigação de física das partículas e pelos seus aceleradores de partículas (o mais recente é o LHC), não renovará o seu acordo de cooperação com a Rússia quando este terminar em 30 de Novembro de 2024.

A decisão significa que cerca de 400 a 500 cientistas ligados a laboratórios russos deixarão de poder colaborar com o CERN, afirmou um porta-voz. A cooperação com cerca de 15 cientistas bielorrussos foi igualmente interrompida.

“O CERN é uma organização internacional, mas não é uma ilha. Não é aceitável apoiar a investigação científica quando decorrem guerras entre países que, em tempos, tiveram pessoal a trabalhar em conjunto no CERN”, afirmou o porta-voz.

“Quando a guerra começou, todas as actividades foram suspensas”, acrescentou o porta-voz. “Agora a decisão tornou-se mais formal.”

A Rússia criticou anteriormente a decisão, afirmando que era politizada, discriminatória e inaceitável.

Os cientistas russos poderão continuar a trabalhar no CERN se estiverem associados a institutos não russos, o que já aconteceu com cerca de 90 cientistas. O CERN colabora com cerca de 17.000 investigadores de todo o mundo.