FC Porto banqueteou-se com o masoquismo do Arouca

Os “dragões” aproveitaram a expulsão do turco Güven Yalçin no final da primeira parte para construir nos últimos 45 minutos uma goleada de 4-0.

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Galeno festeja um dos golos do FC Porto frente ao Arouca Pedro Nunes / REUTERS
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O jogo chegou a parecer um complexo quebra-cabeças para Vítor Bruno resolver, mas depois de uma derrota difícil de digerir na Noruega, o FC Porto banqueteou-se com o masoquismo do Arouca e conquistou um importante "balão de oxigénio" antes de uma semana exigente: no intervalo de três dias, vai receber o Manchester United e o Sp. Braga. Os “dragões” sentiram muitas dificuldades para contornar a estratégia do Arouca durante 43 minutos, mas, depois da expulsão de Güven Yalçin, reforçaram o ataque e, com golos de Samu, Nico González, Galeno e Deniz Gül, construíram uma goleada (4-0) na 7.ª jornada da I Liga.

Quatro dias depois de uma viagem ao Norte da Noruega, onde os ares do Círculo Polar Árctico congelaram o estatuto do FC Porto de candidato à vitória na Liga Europa, Vítor Bruno apresentou no regresso à luta interna um “onze” com quatro mudanças em relação ao confronto com o Bodo/Glimt.

Após terem surgido com surpresa na equipa titular na prova europeia, Gonçalo Borges e Grujic nem no banco de suplentes se sentaram, enquanto Eustáquio e Iván Jaime perderam o estatuto de titulares. Para os lugares deste quarteto, entraram Alan Varela, Galeno, Pepê e Vasco Sousa.

Em teoria, o FC Porto surgia com peças fortes e nos lugares certos, mas os “azuis e brancos” depararam-se com um problema: a competência e organização do adversário. Depois de apostar em três centrais frente ao Sporting, opção que não trouxe bons resultados, o treinador uruguaio do Arouca repetiu a fórmula que teve sucesso na última jornada, apresentando no Dragão a mesma equipa que venceu em Faro. Até ao minuto 43, Gonzalo Garcia teve motivos para ficar satisfeito com o seu plano de jogo.

Com os portistas amorfos e sem ideias, o Arouca conseguia reter durante largos períodos a bola na sua posse, o que foi enervando os jogadores e os adeptos do FC Porto. Revelando mais tranquilidade, os arouquenses impediam que os “dragões” entrassem com perigo na sua área e, aos 20’, tiveram a primeira grande oportunidade do jogo: Amadou Danté colocou na área, onde Yalçin rematou de primeira. O remate do internacional turco desviou em Zé Pedro, passando um palmo ao lado do poste da baliza de Diogo Costa.

A jogada de perigo do rival pareceu espicaçar a equipa de Vítor Bruno que, nas duas dezenas de minutos seguintes, teve o seu melhor período na primeira parte, mas um excelente corte de Popovic (29’) e um remate por cima de Samu (40’) mantiveram o nulo.

Embora com o FC Porto melhor, o Arouca mantinha-se cómodo em campo e esperava tranquilamente pela chegada do intervalo. Porém, aos 43’, Yalçın hipotecou toda a estratégia da sua equipa: onze minutos depois de ver de forma displicente um amarelo (impediu Diogo Costa de bater um pontapé de baliza), o turco teve uma entrada despropositada sobre Varela e foi expulso. O (bom) jogo do Arouca ruiu aí.

Em vantagem numérica, Vítor Bruno não hesitou em reforçar o ataque ao intervalo - Deniz Gül no lugar de Vasco Sousa – e, numa dúzia de minutos da segunda parte, o FC Porto resolveu o que, no primeiro tempo, parecia ser um grande problema: aos 49’, numa jogada às três tabelas, Samu confirmou o seu instinto goleador e fez o quarto golo em três jogos no campeonato; aos 51’, uma oferta do guarda-redes Nico Mantl terminou em golo de Nico González; aos 57’, Galeno marcou com as costas após um canto.

Com a vitória no bolso e ainda com 30 minutos para gerir, Vítor Bruno começou a preparar o duelo de quinta-feira na Liga Europa, frente ao Manchester United, retirando de jogo Galeno, Varela, González e Pepê, e proporcionando duas das ovações da noite a Fábio Vieira, que voltou a jogar no Dragão com a camisola portista, e Rodrigo Mora, que fez a estreia no campeonato.

Aí, o jogo já estava enfadonho, mas ainda houve tempo para Gül mostrar que também sabe ser feliz na hora da finalização. Depois de marcar frente ao Bodo, o sueco precisou de fazer pouco para fechar a goleada portista: após uma tentativa de alívio de um defesa do Arouca, a bola bateu na perna de Gül e entrou na baliza de Mantl, fechando, no minuto 85, a goleada do FC Porto nos 4-0.

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