Activistas presas por atirarem sopa aos Girassóis de Van Gogh

Duas activistas climáticas que atiraram sopa ao quadro Girassóis, em 2022, foram condenadas a pena de prisão por danos criminais. O quadro não foi danificado.

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Pintura de Van Gogh leva com sopa de tomate, em protesto contra o petróleo, em Outubro de 2022 JUST STOP OIL HANDOUT / EPA
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Duas activistas climáticas que atiraram sopa ao quadro Girassóis, de Vincent van Gogh, na National Gallery, em Londres, foram presas por danos criminais.

Phoebe Plummer, 23 anos, e Anna Holland, 22 anos, atiraram latas de sopa de tomate para a obra de arte em Outubro de 2022, antes de se colarem à parede por baixo do quadro. A sopa causou quase dez mil libras (12 mil euros) em danos à moldura, disseram os procuradores, embora a pintura — que estava atrás de uma tela de protecção não tenha sido danificada e tenha voltado a ser exposta no mesmo dia.

O par declarou-se inocente, mas foi condenado após um julgamento no Tribunal da Coroa de Southwark, em Londres, onde Plummer foi condenada a dois anos de prisão pela acusação de danos criminais. Holland foi sentenciada a 20 meses de prisão.

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Manifestantes apoiam as activistas no exterior do tribunal Isabel Infantes?

O juiz Christopher Hehir disse que Plummer e Holland “estiveram à distância de uma placa de vidro de danificar irreparavelmente ou mesmo destruir” o quadro, que afirmou ser “provavelmente inestimável num sentido literal”.

Plummer disse que participou nos protestos sabendo que poderia ser detida e presa, afirmando que escolheu “perturbar pacificamente um sistema que é injusto, desonesto e assassino”. A activista disse ainda que estava a ser feita prisioneira política, o que Hehir considerou “ridículo, egocêntrico e ofensivo”. “É ofensivo para as muitas pessoas que, noutras partes do mundo, são perseguidas, presas e, por vezes, mortas pelas suas convicções”, afirmou.

Plummer foi condenada a mais três meses de prisão na sexta-feira, 27 de Setembro, tendo sido julgada separadamente pelo crime de interferência na utilização de infra-estruturas nacionais essenciais.

A sentença de sexta-feira surge durante uma repressão mais alargada dos movimentos de protesto na Grã-Bretanha e em toda a Europa.

Nos últimos anos, activistas da Just Stop Oil organizaram uma série de protestos que chamaram a atenção, incluindo a interrupção de eventos desportivos, espectáculos de teatro e do trânsito rodoviário.

Cinco membros do grupo, incluindo o co-fundador Roger Hallam, foram presos em Julho por um período mínimo de quatro anos por uma conspiração para bloquear a auto-estrada M25 de Londres, o que constitui a mais longa pena alguma vez imposta a um protesto não violento na Grã-Bretanha.