Cerca de 20 portugueses vão ser retirados do Líbano

Governo vai pôr em marcha o plano para retirar os portugueses que estão no Líbano, mas não avança quando. Decisão surge da escalada nas tensões entre o Hezbollah e Israel.

Foto
Um homem observa o fumo a pairar sobre o sul do Líbano após um ataque israelita, no meio das hostilidades transfronteiriças em curso entre o Hezbollah e as forças israelitas, visto de Tiro, Líbano, a 26 de Setembro Amr Abdallah Dalsh / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:00

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Cerca de 20 portugueses vão ser retirados do Líbano na sequência da escalada nas tensões entre o movimento Hezbollah, apoiado também pelo Irão, e Israel. A notícia foi confirmada ao PÚBLICO por fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel. "Vamos colocar em prática o plano de que o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros falaram esta semana a partir de Nova Iorque", indicou a porta-voz do ministério.

Luís Montenegro, que está com Paulo Rangel nos Estados Unidos desde o início da semana para participarem na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, já tinha afirmado que "um plano, uma programação, para poder retirar cidadãos portugueses que possam estar lá". A retirada dependeria da " evolução da realidade no terreno e de acordo também com a cooperação com outros países parceiros, nomeadamente no âmbito da União Europeia".

O Governo não avançou mais detalhes sobre a retirada dos portugueses, nem quando é que ela arrancaria, por se tratarem de "operações muito delicadas".

O ministro Paulo Rangel já tinha deixado um apelo aos portugueses para que não viajem para o Médio Oriente. "Penso que a escalada agora está num ponto ainda mais grave do que esteve há meses atrás e, portanto, é de reforçar o apelo a que os portugueses — quer seja em turismo, seja em negócios, a não ser em caso de estrita necessidade — não se desloquem a estas regiões, porque são regiões onde, obviamente, o risco de haver eventos muito graves é enorme", disse o governante em Nova Iorque.

Este novo capítulo do conflito entre as forças israelitas e o Hezbollah é o pior em mais de 18 anos e surge como uma ramificação da guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas na Faixa de Gaza. Os Estados Unidos e a França propuseram uma trégua imediata de 21 dias na quarta-feira no Líbano e Benjamin Netanyahu aceitou a proposta, mas recuou logo depois, à semelhança do que já tinha acontecido em conversações anterior com o Hamas.

As tensões entre o Hezbollah e Israel adensaram-se a 8 de Outubro do ano passado, pouco depois de o Hamas ter atacado comunidades israelitas na fronteira com a Faixa de Gaza, quando o grupo libanês atacou as forças israelitas em declarou solidariedade com os palestinianos. O Hezbollah afirmou mesmo que só cessaria as investidas armadas quando a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza também terminasse.

No Líbano, mais de 90 mil pessoas foram registadas como recém-deslocadas esta semana, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas, somando-se às mais de 111 mil já desenraizadas pelo conflito.