Credores da Inapa aprovam vendas de activos de 45 milhões

Propostas de venda da Inapa Packaging e Inapa France ascendem a 20 milhões e 25 milhões de euros, respectivamente.

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A Inapa, que opera na distribuição de papel, iniciou o processo de insolvência em Julho Rui Gaudêncio
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Os credores da Inapa, reunidos esta sexta-feira, aprovaram as propostas feitas pelo administrador da insolvência da empresa, que incluem a venda da Inapa Packaging, por 20 milhões de euros, e da Inapa France, por 25 milhões de euros.

Segundo o comunicado enviado pela Inapa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as propostas “foram aprovadas por uma maioria de mais de 99% dos votos emitidos na assembleia”.

Foi votada favoravelmente “a manutenção da actividade do estabelecimento da insolvente na esfera do administrador da insolvência, sem que se veja determinada a suspensão da liquidação do activo”, de modo a que prossigam as transacções de venda de activos.

Assim, os credores, reunidos em Sintra, deram luz verde à “venda pela Europackaging de 100% das participações sociais no capital da Inapa Packaging SAS e, consequentemente e de forma indirecta, das suas subsidiárias SEMAQ – Societé D`Emballage et de Manutention D`Aquitaine e Embaltec SAS, pelo valor de 20.000.000 de euros, à sociedade Next Pack, SAS”.

Também aprovaram um prazo de 30 dias para negociação exclusiva com a Japan Pulp and Paper Company Limited (JPP) tendo vista a venda a uma sociedade deste grupo de 100% do capital da Inapa France, S.A.S. e, indirectamente, de 100% do capital social da sociedade JJ LOOS, S.A.S.

“Verificadas que estejam as condições da proposta e assegurado que esteja o preço fixo de 25 milhões de euros pelo perímetro da transacção”, será assinado o contrato definitivo de compra e venda de participações sociais, “que poderá ficar sujeito à verificação das autorizações necessárias”.

No comunicado enviado à CMVM lê-se ainda que “o administrador da insolvência informou os senhores credores que, relativamente à única proposta recebida cujo perímetro de transacção abrangia a globalidade da Inapa IPG, e que definia como condição uma capitalização da Inapa IPG pelos seus actuais accionistas por um montante de 50 milhões de euros, não foi recebida confirmação do lado do proponente de ter logrado formalizar o acordo de capitalização”.

A falta de interesse da Parpública, que é a maior accionista da Inapa (com 44,89%), em capitalizar a empresa, foi um dos motivos que levou o grupo de distribuição de papel a iniciar o processo de insolvência no final de Julho, depois de uma falha de liquidez no montante de 12 milhões de euros ter impedido a subsidiária alemã da Inapa de cumprir os seus compromissos, com efeitos imediatos no grupo todo.

Na estrutura accionista da Inapa seguem-se a Nova Expressão, com 10,85%, e o Novo Banco, com 6,55%, estando o resto do capital, 37,71%, disperso em bolsa.

“Nenhum contacto foi estabelecido com o Administrador da Insolvência por parte de qualquer dos accionistas no sentido de pretender assegurar a respectiva capitalização”, refere o comunicado.

Em Julho, o Ministério das Finanças recusou a possibilidade de injectar capital na empresa porque esta não tem “uma actividade considerada como estratégica para a economia portuguesa”, limitando-se a dizer que o Governo iria “acompanhar o processo de insolvência”.

Além de ter pedido à Parpública um empréstimo de emergência de 12 milhões de euros, a empresa pretendia uma injecção de 15 milhões de euros para reestruturação. Mas o Ministério das Finanças considerou que emprestar dinheiro à Inapa não dava garantias de “ressarcimento do Estado”.

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