Furacão Helene faz vários mortos ao passar pelo sudeste dos EUA

Florida e Geórgia sofrem cortes de electricidade. Furacão de categoria 4 deixa uma paisagem de caos e causa morte a pelo menos cinco pessoas. Condutor perde a vida em carro atingido por destroços.

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Residente rema nas águas transbordadas do Peachtree Creek, depois de a tempestade tropical Helene ter passado por Atlanta e Geórgia, nos EUA, a 27 de setembro de 2024 ERIK S. LESSER / EPA
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Esforços de limpeza após a passagem do furacão Helene pela Florida Andrew West/The News-Press/USA Today Network / VIA REUTERS
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Tempestade tropical Helene faz grande carvalho tombar sobre uma casa na Carolina do Sul Ken Ruinard/The Anderson Independent Mail/USA TODAY NETWORK / VIA REUTERS
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A tempestade tropical Helene trouxe inundações com risco de morte para a Carolina do Sul e do Norte nesta sexta-feira, depois de causar grande destruição na Florida e na Geórgia durante a noite, matando pelo menos cinco pessoas, inundando bairros e deixando mais de quatro milhões de casas e empresas sem energia.

O Helene atingiu a região de Big Bend, na Florida, nos EUA, como um poderoso furacão de categoria 4, na quinta-feira, às 23h10 (4h10 de sexta-feira em Portugal), e deixou uma paisagem caótica de barcos virados nos portos, árvores derrubadas, carros submersos e ruas inundadas.

O governador da Florida, Ron DeSantis, confirmou duas mortes relacionadas com a tempestade. O governador da Geórgia, Brian Kemp, disse na rede social X que duas pessoas morreram no condado de Wheeler após a passagem de um tornado durante a tempestade, e uma afiliada da ABC News informou que um bombeiro morreu quando uma árvore caiu sobre o seu veículo em Blackshear, na Geórgia.

A polícia e os bombeiros efectuaram milhares de salvamentos na água em todos os estados afectados, incluindo em Atlanta, onde um complexo de apartamentos teve de ser evacuado devido a inundações.

Helene deu à costa na Florida com ventos de 225 quilómetros por hora, enfraquecendo para uma tempestade tropical à medida que se deslocava para a Geórgia na madrugada de sexta-feira. A partir desta manhã, o vento máximo sustentado era de 97 quilómetros por hora e previa-se que continuasse a deslocar-se para norte, em direcção ao vale do Tennessee.

O Centro Nacional de Furações dos EUA informou que as tempestades, os ventos e as chuvas fortes continuavam a ameaçar a vida das pessoas nos Estados Unidos.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de inundações repentinas para vários condados da Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte na manhã de sexta-feira. “Esta é uma situação particularmente perigosa. Procurem terrenos mais altos agora”, avisava a mensagem.

A extensão dos danos na Florida começou a surgir após o nascer do dia. Na costa de Steinhatchee, uma onda de tempestade — fenómeno que consiste numa parede de água do mar empurrada para terra pelos ventos — de 2,4 a 3 metros deslocou casas móveis, referiu o Serviço Nacional de Meteorologia no X. Em Treasure Island, uma comunidade de uma ilha-barreira no condado de Pinellas, os barcos ficaram encalhados nos pátios da frente.

A cidade de Tampa publicou no X que o pessoal de emergência tinha efectuado 78 salvamentos de residentes na água e que muitas estradas estavam intransitáveis devido às inundações. O gabinete do xerife do condado de Pasco resgatou mais de 65 pessoas durante a noite.

A Guarda Costeira dos EUA disse que uma das suas equipas de helicópteros salvou um homem e o seu cão do oceano na quinta-feira, depois de o seu veleiro ter ficado incapacitado ao largo da ilha de Sanibel.

Kevin Guthrie, director de gestão de emergências da Florida, apelou aos residentes das zonas afectadas para que se mantenham fora das estradas.

“Peço-vos que não saiam”, disse Guthrie numa conferência de imprensa matinal. “Temos 1500 equipas de busca e salvamento nas áreas afectadas. Por favor, saiam do caminho para podermos fazer o nosso trabalho”.

As autoridades tinham apelado aos residentes no caminho do Helene para que acatassem as ordens de evacuação, descrevendo a vaga de tempestade como “insuperável”, como advertiu o director do Centro Nacional de Furacões, Michael Brennan.

Helene era invulgarmente grande para um furacão do Golfo, disseram os meteorologistas, embora o tamanho de uma tempestade não seja o mesmo que a sua força, que se baseia na velocidade máxima sustentada do vento.

Os aeroportos de Tampa, Tallahassee e São Petersburgo suspenderam as operações na quinta-feira e permaneceram fechados na madrugada de sexta-feira. Centenas de voos de e para Charlotte, na Carolina do Norte, e Atlanta sofreram atrasos ou foram cancelados, de acordo com a página FlightAware.com.

Mais de 4 milhões de casas e empresas ficaram sem electricidade na Florida, na Geórgia e nas Carolinas, e dezenas de milhares de outras ficaram sem electricidade na Virgínia, no Tennessee e no Kentucky, de acordo com o portal Poweroutage.us.

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