OpenAI traça plano para passar a ser uma organização com fins lucrativos

Administração da OpenAI funciona como uma organização sem fins lucrativos, mas isso pode estar prestes a mudar. Sam Altman quer criar atractividade para os investidores e ganhar acções da empresa.

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Sam Altman, CEO da OpenAI. Trabalhadores continuam "focados na construção de IA que beneficia a todos" ELIZABETH FRANTZ
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A OpenAI está a gizar um plano de reestruturação para que a actividade principal passe a ser gerida numa organização com fins lucrativos. A empresa, criadora de produtos à base de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT, terá assim dois ramos: uma organização sem fins lucrativos, tal como existia até agora, e uma parcela com fins lucrativos onde passará a funcionar o cerne do negócio. O primeiro terá uma participação minoritária sobre o segundo.

A notícia está a ser avançada pela Reuters, que cita fontes próximas do processo. A reestruturação também implicará que Sam Altman, director executivo da OpenAI — que chegou a demitir-se da empresa no ano passado por diferendos ideológicos com o conselho de administração sobre o desenvolvimento de IA, mas que regressou poucos dias mais tarde —, receberá acções da parte da empresa que terá fins lucrativos.

Fonte oficial da OpenAI assegurou que os trabalhadores da empresa continuam "focados na construção de IA que beneficia a todos": "Estamos a trabalhar com o nosso conselho [de administração] para garantir que estamos melhor posicionados para ter sucesso na nossa missão. A organização sem fins lucrativos é fundamental para a nossa missão e continuará a existir", afirmou em declarações à Reuters.

O objectivo da reestruturação será tornar a empresa mais atractiva para os investidores, podendo mesmo elevar o seu valor aos 150 mil milhões de dólares (o equivalente a cerca de 135 mil milhões de euros). Mas as fontes anónimas escutadas pela Reuters dizem que a mudança levanta preocupações sobre como serão geridos os riscos que o desenvolvimento da inteligência artificial possa levantar.

A notícia sobre a reestruturação surge na mesma altura em que Mira Murati, directora tecnológica da OpenAI, anunciou a saída da empresa, recordou o The Washington Post. Greg Brockman, presidente da OpenAI, não saiu do cargo, mas tem estado de baixa e afastado do negócio.

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