Liga Europa: FC Porto entra no rol de vítimas do Bodo/Glimt

Portistas marcaram cedo por Samu Omorodion, mas os noruegueses deram a volta ao jogo, mesmo tendo jogado reduzidos a dez desde os 51 minutos.

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Diogo Costa encaixou três golos frente ao Bodo/Glimt Mats Torbergsen / EPA
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Foi com uma derrota por 3-2 que o FC Porto, assumido candidato à conquista da Liga Europa, teve esta quarta-feira uma estreia pouco auspiciosa na prova, caindo com estrondo aos pés do Bodo/Glimt. Os "dragões" até começaram por cima, com novo golo de Samu, e criaram ocasiões suficientes para ampliar a vantagem, mas o jogo tornou-se um pesadelo, com os anfitriões a chegarem ao terceiro golo já em inferioridade numérica, acrescentando mais uma vítima ao rol de ilustres (como a Roma, de José Mourinho) que se deram mal com os campeões noruegueses.

Vítor Bruno não trocou os calções pelas calças, apesar da noite árctica, mas substituiu três unidades em relação ao jogo de Guimarães: Grujic, Gonçalo Borges e Iván Jaime surgiram na vez de Alan Varela, Pepê e Galeno, sem que isso alterasse a estrutura portista, com Nico González a aproximar-se de Samu Omorodion e os alas a formarem uma linha com Grujic e Eustáquio, os dois médios mais posicionais.

Indiferente às sensações térmica e do próprio sintético, o FC Porto impôs-se sem conseguir evitar duas iniciativas dos noruegueses, desarmadas pelo golo de Samu Omorodion, o quarto consecutivo em três jogos.

O avançado espanhol teve, mais uma vez, a cumplicidade de Francisco Moura, que sem Galeno no corredor aproveitou para preencher o espaço deixado pelos movimentos para o interior de Iván Jaime.

Em vantagem aos oito minutos, anunciava-se um fim de tarde tranquilo para os “dragões”. Só que o carácter do jogo directo do Bodo/Glimt, bem interpretado por jogadores rápidos e práticos, disse o contrário.

Numa saída pela esquerda, Hogh atacou o espaço e rematou de pronto, igualando o jogo aos 15 minutos. O FC Porto, que até aí estava a condicionar a saída de jogo pelos médios noruegueses, e depois de ter desperdiçado um par de ocasiões por Samu e Iván Jaime, passou a sentir dificuldades para travar as incursões do Bodo/Glimt.

Mesmo assim, poderia ter recuperado o comando do marcador por João Mário, a falhar o remate na primeira tentativa e o alvo no chapéu a Haikin na segunda versão. Diogo Costa tinha, entretanto, evitado o pior num par de intervenções, o que revelava um jogo aberto, com oportunidades, mas alguma ineficácia de parte a parte.

Só que em cima do intervalo, o Bodo/Glimt teve o discernimento necessário para marcar por Hauge numa jogada que só o microscópio do VAR poderia ter anulado, mas que acabaria por ditar a desvantagem portista ao intervalo.

Mergulho e expulsão de Määttä

Logo após o recomeço, uma simulação descarada do "extremo" Määttä na área portista ameaçou mudar o jogo, já que o Bodo/Glimt ficava reduzido a dez por acumulação de amarelos (51') de Määttä.

Vítor Bruno chamava quase de imediato Galeno e Pepê e o FC Porto iniciava uma corrida contra o tempo para tentar evitar uma entrada com o pé esquerdo na Liga Europa. Só que numa abordagem fraca de Iván Jaime, que perdeu a bola e ficou a reclamar falta, os noruegueses, mesmo em inferioridade numérica, aproveitaram para ampliar novamente por Hauge (62').

Até final, perante a vertigem da busca pelo golo que relançasse o jogo, o FC Porto ficou exposto às transições de um adversário que não se limitou a defender e a esperar que o tempo se esgotasse, tendo construído um punhado de lances que teriam transformado a noite em banquete indigesto para o "dragão".

O melhor que os "dragões" conseguiram, fruto de um assalto final ao último reduto nórdico, foi reduzir a desvantagem, na sequência de um pontapé de canto, que contou com desvio de Nico González e finalização de Deniz Gul, a estrear-se a marcar pelos "azuis e brancos".

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