Presidente do Irão disponível para resolver impasse nuclear com potências mundiais

No discurso que proferiu na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Masoud Pezeshkian garantiu que Teerão está disponível para pôr um fim ao impasse nuclear com o Ocidente.

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Masoud Pezeshkian durante o discurso na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque Mike Segar / REUTERS
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O Irão está pronto para pôr fim ao impasse nuclear com o Ocidente, afirmou o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, esta terça-feira, 24 de Setembro, ao mesmo tempo que apelou ao fim da guerra na Ucrânia através do diálogo e acusou Israel de ser responsável por um genocídio em Gaza.

"Estamos prontos para dialogar com os participantes do acordo nuclear de 2015. Se os termos do acordo forem cumpridos na íntegra e de boa-fé, podemos iniciar o diálogo sobre outras questões", disse Pezeshkian, referindo-se ao Plano Abrangente de Acção Conjunta, assinado entre o Irão e os Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha.

Em 2018, três anos depois de ser alcançado este acordo, o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou o pacto nuclear e voltou a impor duras sanções ao Irão que têm prejudicado a economia do país. Desde então, Washington não retomou o acordo.

Esta terça-feira, Pezeshkian, membro da facção moderada do regime iraniano que assumiu a Presidência há poucas semanas com a promessa de uma política externa pragmática, criticou o arqui-inimigo do Irão, Israel, por aquilo a que chamou "o seu genocídio em Gaza" e exigiu um cessar-fogo. "É imperativo que a comunidade internacional assegure de imediato (...) um cessar-fogo permanente em Gaza e ponha fim à barbárie desenfreada de Israel no Líbano, antes que tome a região e o mundo."

Por seu lado, Israel e o seu principal aliado, os Estados Unidos, acusam Teerão de usar o programa nuclear para tentar encobrir esforços para aumentar a sua produção de armamento.

As relações do Irão com várias nações ocidentais deterioram-se no último ano, depois do ataque do Hamas, movimento islamista apoiado por Teerão, a território israelita, a 7 de Outubro de 2023, e desde que o país aumentou o apoio à invasão russa da Ucrânia.

"Procuramos a paz para todos e não temos qualquer intenção de entrar em conflito com qualquer país... O Irão opõe-se à guerra e sublinha a necessidade de uma cessação imediata do conflito militar na Ucrânia", defendeu Pezeshkian.

Desde o início da guerra na Ucrânia, em Fevereiro de 2022, a Rússia tem fortalecido as relações com o Irão e o Kremlin já anunciou que se prepara para assinar um acordo de cooperação em larga escala com o regime iraniano. Contudo, o novo Presidente iraniano garantiu recentemente que o país não enviou qualquer tipo de armamento para a Rússia desde a sua tomada de posse, no final de Julho, sucedendo a Ebrahim Raisi, morto num acidente de helicóptero.