O Festival Iminente deste ano vai tomar conta do Jardim do Museu de Lisboa

Entre 12 e 13 de Outubro, com entrada gratuita, o Iminente Takeover vai ter Dealema, Sam The Kid e DJ Big, Oma, Yung Singh, DJ Marfox, Kenny Caetano, Hetta, Puçanga ou Violeta Azevedo.

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O DJ punjabi-sikh, o britânico Yung Singh é uma das atracções musiciais do Iminente Takeover Sach Dhanjal
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O Jardim do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, no Campo Grande, é o novo cenário do festival multidisciplinar Iminente. Será em versão Takeover, como no ano passado, em que decorreu no Terreiro do Paço ao longo de dois dias, sempre com entrada gratuita. O anúncio foi feito esta terça-feira à tarde.

Como atracções em termos musicais, há nomes como Dealema, Sam The Kid, que vem, como tem feito com outros festivais, com a sua curadoria Chelas é o Sítio, e vai também actuar em formato DJ set (e não concerto) ao lado de DJ Big, bem como a banda britânica de rap OMA, que acompanha habitualmente o americano Isaiah Rashad. Há ainda espaço para o também britânico DJ punjabi-sikh Yung Singh, e as actuações de DJ Marfox com Deejay Rifox e Deejay Veiga, Puçanga, Hetta, Cíntia, Tristany, Suzana Francês, EVAWAVE, Afrokillerz, Silly, George Silver, Shaka Lion, Violeta Azevedo ou Isabel Costa e Polido.

Este festival, que começou pela mão de Vhils em Oeiras em 2016 e depois passou pelo Panorâmico de Monsanto e por Marvila, não é só feito de música, claro. Há várias secções. "Participação", uma dessas secções, começa com um convite a quatro entidades, neste caso aos franceses MAOTIK e Sara Sadik, à australiana Lauren Moffatt e ao colectivo português Unidigrazz para fazerem obras digitais a partir do que é sugerido pelo público, bem como por investigadores e jornalistas.

Tudo se iniciou com "o conceito da participação, que começámos a trabalhar no ano passado", conta ao PÚBLICO Margarita Mata, que faz parte da equipa de programação e curadoria do festival. "Tinha muito que ver também com o trabalho que fazemos com os bairros", refere, falando do programa Bairros, que vai na quarta edição e envolve artistas a interagirem com a comunidade em zonas da cidade como o Vale de Chelas, o Vale de Alcântara, a Alta de Lisboa ou o Bairro do Rego. São workshops que decorrem antes do festival e cruzam várias disciplinas, das artes visuais à música, passando pela gastronomia e a dança. No recinto propriamente dito haverá actuações musicais orientadas por Maze, membro dos Dealema, e DJ Marfox, e ainda actuações de dança de cidadãos séniores do PER 11, na freguesia de Santa Clara, com apoio da coreógrafa e dançarina Inês Oliveira. Este trabalho com a comunidade foi e ainda está a ser documentado em vídeo e parte dessa preparação será exibida, ao longo do festival, no recinto. Há ainda a exibição do resultado dos workshops de artes visuais orientados pelos artistas João Fortuna, Kiam, Sepher e Atelier JQTS e sessões de gastronomia com A Cozinha Verde, projecto de comida vegana de Filipa Range.

"Partimos de três projectos a longo curso", continua Margarida Mata, nomeando "Participação", "Bairros" e "Residências". Este último é um programa em que, afirma a curadora, juntam "artistas de áreas diferentes para criar em conjunto uma obra que só é apresentada no Iminente", a qual, "à partida", desconhecem até à sua apresentação. Há ainda duas conversas em parceira com o jornal digital Mensagem de Lisboa, ligadas a esses projectos.

"Para dar um exemplo, um músico como o Batida ou o Xullaji pode, no fundo, acabar a fazer uma peça de artes visuais, que foi o que aconteceu no caso do Xullaji" este ano, adiciona. Nesse programa há três grupos: um com Batida, a bailarina, coreógrafa e figurinista Carlota Lagido, a investigadora, curadora, tradutora e activista palestiniana Shahd Wadi e a designer de luz Carin Geada; outro com Lila Fadista, de Fado Bicha, a dançarina e coreógrafa Piny e o colectivo artístico Vês Três, composto por Ana Malta (NUMPÁRA), Madalena Pequito e Maria de Brito Matias, que vão apresentar "instalações-performances"; e o rapper e produtor Xullaji, a bailarina e coreógrafa Gaya de Medeiros e o artista visual MaisMenos, que trazem "uma instalação interactiva imersiva".

Quanto ao espaço novo, queriam, diz Margarida Mata, "um espaço que pudesse ser institucional, que pudesse ser mais acolhedor, mas marcante e no centro [da cidade]", para continuar a ideia "de as periferias" poderem também "alcançar o centro da cidade".

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