A cidade desértica de Phoenix, no Arizona, enfrentou um recorde de 113 dias seguidos com temperaturas acima de 38 graus Celsius este ano, levando a centenas de mortes relacionadas com o calor e mais hectares queimados por incêndios florestais em todo o estado, disseram as autoridades.
A cidade de 1,6 milhão de habitantes, a maior do deserto de Sonora, teve o Verão mais quente de todos os tempos, quebrando o recorde anterior de 2023 em quase dois graus, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. A série de 113 dias alcançada na semana passada esmagou o recorde anterior de Phoenix de 76 dias com mais de 37,7 graus Celsius, estabelecido em 1993.
“É muito raro vermos, especialmente... dois Verões a baterem recordes como o que acabámos de viver”, disse Matt Salerno, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia de Phoenix.
O calor matou 256 pessoas até agora este ano no condado de Maricopa, em Phoenix, e é a causa suspeita de 393 outras mortes, de acordo com dados oficiais. No ano passado, o condado registou um recorde de 645 mortes por calor.
“É muito cedo para projectar como os totais em 2024 serão comparados com 2023”, disse Nailea Leon, porta-voz do departamento de saúde pública do condado de Maricopa, acrescentando que as mortes por calor e as suspeitas de mortes em 2024 no acumulado do ano estavam abaixo dos níveis de 2023, mas o Verão ainda não tinha terminado.
Cerca de metade das mortes são de pessoas sem-abrigo, o grupo mais vulnerável. As mortes atingiram o seu pico em Julho, quando Phoenix registou máximos regulares de 47,7 graus Celsius, uma tendência que os cientistas do clima atribuem ao aquecimento global provocado pela poluição causada pelos combustíveis fósseis.
Nos últimos cinco anos, a cidade registou uma média de 40 dias com temperaturas de 43 graus Celsius ou mais, em comparação com cerca de cinco dias no início do século passado, de acordo com o Gabinete Climático do Estado do Arizona.
O calor extremo levou a um aumento em todo o estado da área queimada por incêndios florestais em 2024, em comparação com o ano passado, de acordo com a directora do gabinete, Erinanne Saffell. Uma combinação climática de precipitação recorde no Inverno e calor no Verão alimentou os incêndios florestais em Los Angeles nas últimas semanas.