Polícia detém líderes da oposição para impedir protestos na Tanzânia

Organizações de direitos humanos acusam o Governo de Samia Suluhu Hassan de querer silenciar a liderança do partido CHADEMA e os críticos da Presidente.

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Polícia recebeu ordens para travar a realização de protestos contra o Governo em Dar-es-Salam Emmanuel Herman / REUTERS
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Dois líderes políticos da oposição na Tanzânia foram detidos esta segunda-feira pela polícia, em Dar-es-Salam, capital económica do país, numa alegada tentativa das autoridades de impedir a realização de protestos contra o Governo, denunciou o CHADEMA, principal partido opositor.

Freeman Mbowe, presidente do CHADEMA, foi detido na rua, e Tundu Lissu, vice-presidente do partido, foi detido em casa, numa altura em que planeavam uma manifestação contra os alegados assassínios e sequestros de críticos do executivo.

Activistas de organizações de direitos humanos dizem que o Governo da Presidente do país, Samia Suluhu Hassan, está a atacar propositadamente opositores políticos antes da realização das eleições autárquicas, em Dezembro, e das eleições nacionais, previstas para o próximo ano. O Governo rejeita estas acusações.

Segundo a polícia, 14 pessoas foram detidas, incluindo Mbowe e Lissu, por terem desafiado uma ordem de proibição dos protestos.

Através da rede social X (antigo Twitter), o CHADEMA informou que Mbowe foi detido na zona de Magomeni, onde chegou para liderar um protesto pacífico. Uma coluna de 11 veículos apanhou Lissu e partiu sem dizer para onde ia, acrescentou.

No mês passado, os dois líderes políticos já tinham sido detidos durante um breve período, assim como centenas de apoiantes seus.
Lissu sobreviveu a 16 tiros durante uma tentativa de assassinato em 2016.

No início deste mês, outro membro de topo do CHADEMA foi raptado num autocarro, tendo o seu corpo sido encontrado, mais tarde, com sinais espancamento e de ter sido atacado com ácido.