Câmara de Braga avança com queixa contra abate ilegal de árvores nas Sete Fontes

No local situa-se o aqueduto das Sete Fontes, que está classificado como monumento nacional desde 2021.

Foto
Na sexta-feira, houve nova tentativa para prosseguir com o abate, mas as autoridades conseguiram impedi-lo Daniel Rocha
Ouça este artigo
00:00
01:55

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, afirmou que o município irá accionar os meios jurídicos para sancionar o autor de um abate ilegal de árvores nas Sete Fontes, registado na semana passada. "Houve um incumprimento por parte de um particular, abateram árvores quando não o podiam fazer e o município vai accionar os meios jurídicos para o sancionar", referiu o autarca.

O assunto foi levado à reunião desta segunda-feira do executivo pela oposição, tendo mesmo o vereador da CDU, Vítor Rodrigues, classificado a situação como um "faroeste no século XXI". "Uma coisa inadmissível do ponto de vista da civilidade", frisou Vítor Rodrigues, que disse que o processo jurídico "é o mínimo que se pode fazer" e que defendeu que quem infringiu a lei deve ser obrigado a repor a situação original.

No local situa-se o aqueduto das Sete Fontes, que está classificado como monumento nacional desde 2021. O vereador do Ambiente, Altino Bessa, disse que a Câmara foi "surpreendida" na quarta-feira com uma denúncia de que um madeireiro estaria a decorrer um "abate indiscriminado" de arvoredo e arbustos numa parcela de terreno nas Sete Fontes.

Um abate que, além de ilegal, por violar o plano de urbanização das Sete Fontes, também estava a decorrer numa altura em que o país se encontrava em alerta vermelho, devido ao perigo de incêndio, e em que, por isso, estava proibido o uso de maquinaria. Os serviços municipais foram ao local com a PSP e o abate foi suspenso.

Na sexta-feira, houve nova tentativa para prosseguir com o abate, mas as autoridades conseguiram impedi-lo. O vereador do Planeamento e Ordenamento, João Rodrigues, disse que o município tinha apenas dado uma indicação para a "limpeza da zona" e que não havia qualquer licença para o abate de árvores.

"É natural que se limpem os terrenos, mas o madeireiro extravasou o que lhe foi pedido", referiu, sublinhando que o município "foi o primeiro a agir" quando soube do abate de árvores. Segundo a Câmara, o madeireiro abateu árvores não só na parcela de um particular, como também num terreno pertencente ao município.