Novo Governo francês nomeado oficialmente por Emmanuel Macron

O Palácio do Eliseu anunciou oficialmente o elenco dos ministros que irão compor o Governo do primeiro-ministro já nomeado, Michel Barnier.

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O gabinete presidencial de Emmanuel Macron anunciou os ministros do novo Governo francês LUDOVIC MARIN / VIA REUTERS
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O novo Governo francês, encabeçado pelo primeiro-ministro indigitado Michel Barnier, foi anunciado este sábado pelo gabinete do Presidente Emmanuel Macron, que nomeou todos os ministros e os secretários de Estado propostos pelo líder do Governo.

Num comunicado lido pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler, os nomes dos ministros nomeados foram anunciados um por um, confirmando informações que foram avançadas em dias anteriores pela imprensa francesa, citada pelo PÚBLICO.

Depois de uma semana de negociações, o novo Governo, composto por 19 ministros e 20 secretários de estado, é baseado nos grupos parlamentares que Barnier recebeu na quinta-feira numa reunião na residência oficial de Matignon e que tinha recebido ao longo das últimas semanas.

Fazem parte do novo Governo os grupos parlamentares que apoiam Emmanuel Macron, nomeadamente o Juntos pela República, os Movimento Democrático (MoDem) e o Horizontes, com 11 ministros ao todo; o partido de centro-direita Os Republicanos, partido de onde vem Michel Barnier, com três ministros, e ainda o grupo de pequenos partidos maioritariamente ao centro e centro-direita conhecido pela sigla LIOT, com uma ministra do partido União dos Democratas e Independentes (UDI). Para além destes, há ainda dois ministros independentes que já foram membros d'Os Republicanos e um ministro que já foi deputado do Partido Socialista, partido da esquerda francesa.

Assim, nas principais pastas ministeriais, mantém-se a maioria das forças macronistas que compunham o governo anterior, com 11 ministros vindos dos três partidos deste campo, sendo que o Juntos pela República tem nove ministros.

No elenco dos macronistas repetem-se dois nomes nas pastas que ocupavam no Governo anterior, nomeadamente Rachida Dati como ministra da Cultura e Sebastien Lecornu como ministro das Forças Armadas. Catherine Vautrin, anteriormente na pasta do Trabalho, continua no Governo assumindo a pasta da Parceria com os Territórios e da Descentralização.

Os ministérios da Saúde e da Educação estão também entregues a figuras pró-Macron, respectivamente, Geneviève Darrieussecq, do MoDem e Anne Genetet, do Juntos pela República.

D'Os Republicanos destaca-se a presença de Bruno Retailleau como ministro do Interior, uma figura da linha mais conservadora do partido conhecido pelas suas posições anti-imigração e forte oposição a Emmanuel Macron.

A maior surpresa é a confirmação da nomeação do antigo membro e ex-deputado do Partido Socialista (PS) e até agora presidente da Alta Autoridade para a Transparência da Vida Pública, Didier Migaud, que é visto como a figura mais à esquerda que Barnier queria integrar no novo Governo.

Esquerda avança para moção de censura

Sem grandes surpresas, a esquerda francesa, unida na Nova Frente Popular, criticou fortemente as escolhas de Barnier nomeadas por Macron, num dia em que uma manifestação apoiada pelo partido França Insubmissa levou milhares de pessoas às ruas de Paris contra o novo governo.

Jean-Luc Mélenchon, fundador e principal figura da França Insubmissa, chamou "filme-catástrofe” ao novo Governo, na rede social X, especialmente o “preocupante” novo ministro do interior, Bruno Retailleau, e considerou que este executivo “não tem legitimidade nem futuro” e que é necessário “livrar-se” dele “o mais rapidamente possível”.

"Vemo-nos no debate da moção de censura", disse na rede social X Olivier Faure, líder do PS, que considerou o executivo como "um governo reaccionário sob a forma de insulto à democracia".

Marine Tondelier, líder dos Ecologistas, considerou na rede social X que o Governo Barnier é "contranatura e contra a natureza" e ironizou: "Quem é que o podia prever?".

Extrema-direita diz que novo Governo "não tem futuro"

Na extrema-direita, a União Nacional, partido de Marine Le Pen liderado por Jordan Bardella, também lançou críticas ao novo Governo, na voz das suas principais figuras.

Bardella afirmou na rede social X que é um governo "sem futuro" que "marca o regresso do macronismo pela porta das traseiras", defendendo que "não se pode permitir que aquilo que o povo francês rejeitou democraticamente em duas ocasiões regresse através de lamentáveis jogos e cálculos políticos".

Já Le Pen disse na rede social X que este é "um governo de transição" que vem como "consequência do pântano criado pelas alianças contranatura forjadas durante as eleições legislativas".

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