Nova, nova é a viagem dos Beautify Junkyards
Ao quinto álbum, a electrónica assoma à superfície de forma mais declarada. Em essência, porém, não mudam. Com Paul Weller e Dorothy Moskowitz como convidados, continuam a tornar o invisível visível.
Nova como acto de resistência. Não da forma mais óbvia, com palavras de ordem explícitas, manifestos derramados sobre a música, cartazes erguidos em forma de canção. Os Beautify Junkyards não funcionam e nunca funcionaram dessa maneira. Movem-se nos interstícios da realidade, som de vigília que torna o invisível visível. Não por acaso, um dos seus álbuns, o terceiro, tinha por título The Invisible World of Beautify Junkyards (2018). Muito a propósito, ao que se lhe seguiu chamaram Cosmorama (2021), referência ao dispositivo da Inglaterra vitoriana que transportava, através de jogos de espelhos e iluminação, famílias de olhar espantado para paragens longínquas, exóticas. Nova, o álbum que editam esta sexta-feira, é a continuação da viagem. A mesma atitude criativa, mas com renovados equilíbrios internos (mais construção electrónica, menos folk psicadélica e Tropicália) a conduzir-nos a outras paisagens.
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