Carlos Moreira é o novo director da cadeia de Vale de Judeus

Anterior director tinha-se aposentado em Julho.

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Estabelecimento prisional de Vale de Judeus Rui Gaudêncio (arquivo)
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O Governo escolheu para director da cadeia de Vale de Judeus o jurista Carlos Moreira, que transita da direcção do estabelecimento prisional da Carregueira, onde trabalhava desde 2022, anunciou esta quinta-feira o Ministério da Justiça.

O estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, foi catapultado para a actualidade depois da fuga de cinco prisioneiros no sábado, dia 7 de Setembro, numa operação metodicamente organizada e que implicou o recurso a duas escadas.

O facto de aquela cadeia estar sem director desde Julho, altura em que o então responsável se reformou, conforme confirmou ontem no Parlamento a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, foi apontado como uma das razões por detrás das falhas que terão facilitado a fuga dos reclusos tidos como de alta perigosidade.

A nomeação é feita por um período de três anos, que pode ser três vezes renovado.

Na nota biográfica de Carlos Moreira, destaca-se o trabalho como jurista nas cadeias de Linhó e Caxias, tendo o seu nome sido apontado pela directora-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Isabel Leitão, chamada a substituir temporariamente Rui Abrunhosa Gonçalves, que saiu daquela direcção-geral também na sequência da fuga dos cinco reclusos de Vale de Judeus.

Esta demissão, secundada pela saída também do subdirector-geral com o pelouro das prisões, Pedro Veiga Santos, foi anunciada no mesmo momento em que a titular da pasta da Justiça anunciou a realização urgente de uma auditoria aos sistemas de segurança de todos os 49 estabelecimentos prisionais do país, bem como de uma segunda auditoria "mais demorada" e capaz de avaliar a organização e a afectação de recursos da DGRSP e de todos os estabelecimentos prisionais do país.

"Esta auditoria, necessariamente mais demorada, vai ajudar-nos na tomada de decisões para uma melhor utilização de recursos e para efectuarmos as mudanças que se imponham", justificou, então Rita Alarcão Júdice, no mesmo dia (10 de Setembro) em que a governante disse estar em condições de concluir que houve "desleixo" e "facilidade", além de "irresponsabilidade e falta de comando", em torno da evasão dos detidos.

"A recuperação da confiança no sistema prisional vai exigir a responsabilização a vários níveis e o reforço da fiscalização ao sistema prisional", considerou então Rita Júdice, assegurando que não hesitará "em dar impulso aos processos disciplinares ou penais que se revelem necessários", nomeadamente porque terá resultado claro que houve "desleixo" e "facilidade", além de "irresponsabilidade e falta de comando".

Segundo fonte do gabinete do Ministério da Justiça, a futura directora da cadeia da Carregueira será Joana Rodrigues, até aqui directora-adjunta daquele estabelecimento prisional.

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