“Ninguém sabe o que o PS quer para o OE”, diz Leitão Amaro

O ministro da Presidência diz que o Governo continua à espera das propostas do PS para prosseguir com a negociação do OE2025.

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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro MIGUEL A. LOPES / LUSA
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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirma que o Governo continua à espera das propostas do PS para prosseguir com as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). “Ninguém sabe o que o PS quer" para o OE2025, declarou Leitão Amaro.

No final do Conselho de Ministros desta quinta-feira, o governante - que integra o grupo de três ministros que a semana passada reuniu com todos os partidos para conversar sobre o OE - reafirmou que o executivo continua à espera que seja o PS a desfazer "o grande suspense" em torno do que quer para o OE2025. "O grande suspense, para esse efeito, vem da parte do PS, que ninguém sabe o que quer" para o OE, afirmou Leitão Amaro.

"Este é o momento de esperar as propostas, em particular do PS", insistiu, reiterando a disponibilidade do Governo para acolher as medidas de outros partidos, desde que isso garanta "o equilíbrio orçamental".

"O Governo não fala em eleições"

Questionado sobre a possibilidade de novas eleições antecipadas, Leitão Amaro foi peremptório: "O Governo não fala de eleições". Esta quinta-feira, o Correio da Manhã escreveu que Marcelo Rebelo de Sousa convocará novas legislativas antecipadas caso o Orçamento do Estado para 2025 seja chumbado. Durante a tarde, o dirigente socialista António Mendonça Mendes reagiu à notícia e afirmou que só haverá eleições se Presidente da República ou o Governo quiserem. Mas o executivo sacudiu responsabilidades.

"Se há um partido ou dois partidos que não param de falar em eleições, talvez isso diga algo das suas intenções e das suas prioridades", atirou Leitão Amaro.

"Estamos sinceramente e lealmente disponíveis para dar um orçamento aos portugueses, para que os impostos continuem a baixar, para que o Plano de Recuperação e Resiliência (PPR) seja executado. O país precisa de um Orçamento", insistiu. "Em vez de falarem de propostas, há partidos que falam de eleições", continua Leitão Amaro.

Segundo Leitão Amaro, o Governo está disponível a "discutir" e "negociar" as suas próprias medidas. "Além de já termos incluído as medidas que o Parlamento aprovou sem a concordância do Governo", designadamente as aprovadas "pelo PS e Chega juntos".

Depois de os incêndios terem deixado as negociações do Orçamento do Estado em suspenso, o Governo garantiu que o próximo passo cabe ao PS explicar que propostas quer.

Na semana passada, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, afirmou que haveria "um contacto [com o PS] até ao final da semana" para que ambos definissem como "continuar este processo negocial". Os socialistas mostraram-se "disponíveis para uma reunião" e disseram aguardar a [sua] marcação".

Agora, Leitão Amaro garantiu que "o PS não está à espera de nada do Governo". "Nós fizemos os contactos todos que podíamos fazer, não apenas para marcar duas rondas de reuniões, que já aconteceram, como para vários contactos posteriores, para mais reuniões e encontros de diversos tipos", disse. "Demos informação antecipada como mais nenhum Governo fez. É sincera a disponibilidade para aproximação", declarou o governante.

"O único partido com o qual não é possível dizer se sim ou não, é o PS, porque ninguém sabe em Portugal o que é que o Partido Socialista quer. Passam semanas e o PS não diz o que é que quer no Orçamento de Estado. De vez em quando diz o que é que não quer. E nós perguntamos, então, mas isso significa o quê? Temos que esperar, temos que ver, temos que analisar", disse.

​"Até ao limite que não é imposto por nós, que é o do tempo das decisões", avisou.

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