Novo governo francês fica mais próximo depois de Barnier apresentar nomes a Macron

Depois de reunir com os partidos que fazem parte da base do executivo, Barnier propôs 38 nomes para o Governo a Macron, dos quais 16 são ministros, com maioria dos macronistas.

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Os partidos foram recebidos por Michael Barnier no Matignon, residência oficial do primeiro-ministro francês ANDRE PAIN / EPA
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O novo primeiro-ministro francês Michel Barnier, indigitado por Emmanuel Macron em Agosto, propôs esta quinta-feira ao Presidente os nomes que farão parte do seu Governo, formado por ministros de partidos da coligação centrista pró-Macron, o partido de centro-direita Os Republicanos e um grupo parlamentar de pequenos partidos que vão do centro à direita. A lista definitiva deverá ser apresentada antes de domingo.

O governo proposto numa reunião de Barnier com Macron será composto por 38 membros: 16 ministros e 22 secretários de Estado. Entre os ministros, estão dez figuras dos partidos do campo macronista - sete do Juntos pela República, dois do Movimento Democrático (MoDem) e um do Horizontes. Os Republicanos, partido de centro-direita de Michel Barnier, terá apenas três ministros, e um de um partido do grupo parlamentar de pequenos partidos de centro e direita Liberdades, Independentes, Ultramar e Territórios (conhecido somente pela sigla francesa LIOT). Segundo o Le Monde, um dos ministros virá ainda da esquerda, sendo um antigo membro do Partido Socialista (PS).

A lista de ministros ainda não é conhecida oficialmente nem está completa, só devendo ser apresentada "antes de domingo, sob reserva dos habituais controlos éticos", segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. Porém, segundo a franceinfo, permanecem nos mesmos cargos duas pessoas do campo macronista: a ministra da Cultura, Rachida Dati, e o ministro das Forças Armadas, Sebastien Lecornu.

Para o Ministério do Interior, o nome proposto é o do senador republicano Bruno Retallieu. Laurent Wauquiez, líder parlamentar d'Os Republicanos que foi apontado a um cargo ministerial no governo Barnier, anunciou que tinha recusado um convite para assumir essa pasta numa reunião dos deputados do partido, preferindo manter-se à frente do grupo na Assembleia Nacional. Já na Saúde, a deputada do MoDem Geneviève Darrieussecq terá sido proposta pelo primeiro-ministro.

A figura que vem da esquerda, segundo o jornal francês Le Parisien, será Didier Migaud, presidente da Alta Autoridade para a Transparência da Vida Pública. Migaud é um antigo membro do PS, tendo sido deputado dos socialistas até 2010, ano em que abandonou a vida política e o partido.

Os partidos que apoiam o governo são os que foram recebidos esta tarde na residência oficial do líder do Governo, o Hotel de Matignon (conhecido somente por Matignon).

De fora ficou só o Partido Comunista Francês (PCF), que nunca tinha sido considerado realisticamente como uma possibilidade para a formação deste governo, dada a lealdade que tem demonstrado à coligação de esquerda da Nova Frente Popular, que se opõe fervorosamente à nomeação do antigo comissário europeu que Macron escolheu.

Ao todo, as forças reunidas por Barnier e que fariam parte da base parlamentar de um eventual governo, reúnem 235 deputados na Assembleia Nacional, faltando 54 para terem maioria - 289 dos 577 deputados eleitos.

A Nova Frente Popular já tinha anunciado que iria propor uma moção de censura a Barnier, mas os 193 deputados que os grupos parlamentares têm na Assembleia Nacional também não são suficientes para derrubar um governo minoritário.

A chave para a sobrevivência do governo está então na União Nacional, partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella. Se a União Nacional (em conjunto com os aliados da facção dissidente pró-Le Pen d’Os Republicanos) assim o entender, poderão derrubr o governo de Michel Barnier.

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