No São Luiz, a peça de Ionesco para um casal e um morto

Em Amédée ou como Desembaraçar-se, que hoje se estreia no Teatro São Luiz, em Lisboa, um casal vive com um morto há 15 anos. Ivo Alexandre encena um absurdo que talvez não o seja.

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Amédée ou como Desembaraçar-se: o teatro de Ionesco numa encenação de Ivo Alexandre, com a actriz Anabela Faustino, no arranque da temporada de teatro do São Luiz cortesia DOIS/Teatro São Luiz
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A actriz Anabela Faustino cortesia DOIS/Teatro São Luiz
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Há um elefante na sala. Mas há também um morto no quarto. Pelo menos, no mundo do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, um dos grandes mestres do chamado teatro do absurdo. Não se pense, no entanto, que se trata de um quarto qualquer. Porque Amédée e Madeleine cederam o seu próprio quarto ao morto, permitindo-lhe que “viva” a sua morte no maior conforto possível. Só que o cadáver parece não lhes perdoar ter sido assassinado pelo casal e, num claro gesto de ingratidão, começou a fazer germinar cogumelos à sua volta e – para desconsolo dos dois vivos – começa a expandir a sua acção para a sala de estar.

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