Peru declara estado de emergência nas regiões afectadas pelos incêndios florestais
Presidente exortou as comunidades agrícolas a deixarem de queimar as pastagens, e reconheceu que o fogo é também resultado da falta de chuvas causada pelas alterações climáticas.
A Presidente peruana, Dina Boluarte, declarou na quarta-feira o estado de emergência em três regiões afectadas por incêndios florestais devastadores que queimaram vastas áreas de cultivo nos Andes e na Amazónia e causaram 16 mortos.
As regiões do Norte do Amazonas, San Martin e Ucayali, com florestas muito densas, serão abrangidas pelas novas medidas de emergência, na sequência de vários pedidos das autoridades locais para que fossem afectados mais recursos ao combate aos incêndios.
Os incêndios florestais são frequentes no Peru entre Agosto e Novembro, em grande parte devido à queima de pastagens secas para expandir as fronteiras agrícolas, mas também, por vezes, por traficantes de terras, de acordo com dados do Ministério do Ambiente.
Boluarte exortou as comunidades agrícolas a deixarem de queimar as pastagens, uma vez que milhares de hectares já arderam, observando que os incêndios são também o resultado da falta de chuvas causada pelas alterações climáticas.
Falando no Palácio do Governo, a Presidente disse que o Peru tinha registado 238 incêndios, na maioria das suas regiões, e que cerca de 80% destes estavam “controlados”.
O governador regional de Ucayali já tinha pedido aviões militares para ajudar os bombeiros e voluntários a apagar os incêndios que alastraram por terrenos acidentados e de difícil acesso e que estão a destruir as culturas de palma e cacau.
Dados de satélite analisados pela agência brasileira de pesquisas espaciais no início deste mês registaram um recorde de 346.112 focos de incêndio até agora este ano em toda a América do Sul, superando o recorde de 2007 de 345.322 focos numa série de dados que remonta a 1998.