Incêndios: Sever do Vouga continua a preocupar, Oliveira de Azeméis e Albergaria acalmam

Quarta-feira termina com mais de 100 fogos activos. Há aviso renovado de que a vaga de incêndios ainda não chegou ao fim, mas o estado do tempo deverá começar a auxiliar o combate às chamas.

Bombeiros em Águeda, Aveiro, esta quarta-feira.
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Bombeiros em Águeda, Aveiro, esta quarta-feira. Nelson Garrido
O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, apelou esta quarta-feira à canalização de meios para combater o incêndio que lavra no município.
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O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, apelou esta quarta-feira à canalização de meios para combater o incêndio que lavra no município. Nelson Garrido
Quatro bombeiros morreram desde o último domingo no combate aos incêndios em Portugal.
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Quatro bombeiros morreram desde o último domingo no combate aos incêndios em Portugal. Nelson Garrido
Incêndio em Águeda obrigou à evacuação de dois lares para idosos esta terça-feira.
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Incêndio em Águeda obrigou à evacuação de dois lares para idosos esta terça-feira. Nelson Garrido
Bombeiros durante o combate ao incêndio na localidade de Soutelo, Albergaria-a-Velha, a 16 de Setembro.
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Bombeiros durante o combate ao incêndio na localidade de Soutelo, Albergaria-a-Velha, a 16 de Setembro. PAULO NOVAIS/LUSA
Bombeiros no combate ao incêndio em Medas, Gondomar, esta quarta-feira.
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Bombeiros no combate ao incêndio em Medas, Gondomar, esta quarta-feira. JOSÉ COELHO/LUSA
Bombeiros descansam no combate ao incêndio em Águeda, esta quarta-feira. Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país.
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Bombeiros descansam no combate ao incêndio em Águeda, esta quarta-feira. Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país. PAULO CUNHA/LUSA
Um bombeiro durante o combate ao incêndio em Águeda, 18 de Setembro.
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Um bombeiro durante o combate ao incêndio em Águeda, 18 de Setembro. PAULO CUNHA/LUSA
Bombeiros combatem chamas na localidade de Póvoa de Espinho, em Mangualde, a 17 de Setembro.
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Bombeiros combatem chamas na localidade de Póvoa de Espinho, em Mangualde, a 17 de Setembro. MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA
Um bombeiro transporta uma mangueira durante durante o combate ao incêndio em Águeda, 18 de Setembro.
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Um bombeiro transporta uma mangueira durante durante o combate ao incêndio em Águeda, 18 de Setembro. PAULO CUNHA/LUSA
Bombeiros durante um momento de pausa no combate ao incêndio que lavrava em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis, a 16 de Setembro.
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Bombeiros durante um momento de pausa no combate ao incêndio que lavrava em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis, a 16 de Setembro. Estela Silva/LUSA
Fogo lavrou em Altos dos Ferreiros, Águeda, distrito de Aveiro, a 17 de Setembro.
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Fogo lavrou em Altos dos Ferreiros, Águeda, distrito de Aveiro, a 17 de Setembro. PAULO CUNHA/LUSA
Combate ao incêndio em Soutelo, no concelho de Águeda, a 16 de Setembro.
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Combate ao incêndio em Soutelo, no concelho de Águeda, a 16 de Setembro. PAULO NOVAIS/LUSA
Bombeiros combatem o incêndio em Altos dos Ferreiros, Águeda, a 17 de Setembro.
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Bombeiros combatem o incêndio em Altos dos Ferreiros, Águeda, a 17 de Setembro. PAULO CUNHA/LUSA
Bombeiro descansa no combate ao incêndio em Medas, Gondomar, a 18 de Setembro de 2024. Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13. JOSÉ COELHO/LUSA?
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Bombeiro descansa no combate ao incêndio em Medas, Gondomar, a 18 de Setembro de 2024. Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13. JOSÉ COELHO/LUSA? JOSÉ COELHO/LUSA
Bombeiros combatem um incêndio na zona industrial de Nelas, junto à linha ferroviária do Norte, no distrito de Viseu, a 17 de Setembro.
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Bombeiros combatem um incêndio na zona industrial de Nelas, junto à linha ferroviária do Norte, no distrito de Viseu, a 17 de Setembro. MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA
Bombeiros durante um momento de pausa no combate ao incêndio que lavrava em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis, na segunda-feira.
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Bombeiros durante um momento de pausa no combate ao incêndio que lavrava em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis, na segunda-feira. Estela Silva/LUSA
Bombeiros combatem o incêndio na localidade de Silva Escura, na Maia, esta quarta-feira.
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Bombeiros combatem o incêndio na localidade de Silva Escura, na Maia, esta quarta-feira. PAULO CUNHA/LUSA
Incêndio na localidade de Silva Escura, na Maia, esta quarta-feira.
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Incêndio na localidade de Silva Escura, na Maia, esta quarta-feira. PAULO CUNHA/LUSA
Bombeiros descansam em Águeda, 18 de Setembro de 2024.
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Bombeiros descansam em Águeda, 18 de Setembro de 2024. PAULO CUNHA/LUSA
No distrito de Aveiro, chamas lavraram com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda.
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No distrito de Aveiro, chamas lavraram com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda. Nelson Garrido
Portugal recebeu reforço de meios de combate aos incêndios de vários países, incluindo Espanha, França e Itália.
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Portugal recebeu reforço de meios de combate aos incêndios de vários países, incluindo Espanha, França e Itália. SOPA Images / GettyImages
Chamas lavraram nos últimos dias nos distritos do Porto, Braga, Viseu, Castelo Branco e Aveiro.
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Chamas lavraram nos últimos dias nos distritos do Porto, Braga, Viseu, Castelo Branco e Aveiro. SOPA Images / GettyImages
Incêndio em Vila Cova de Covelo em Penalva do Castelo (Viseu), a 17 de Setembro.
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Incêndio em Vila Cova de Covelo em Penalva do Castelo (Viseu), a 17 de Setembro. MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA
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“As próximas 24 horas vão continuar muito complexas”. As palavras de André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Protecção Civil, na noite de quarta-feira, ao final de mais um dia de intensos incêndios que assolam o país, trazem uma triste sensação de déjà vu ao repetir as palavras já ouvidas nas anteriores conferências de imprensa. Ao início da noite, havia mais de 125 fogos activos e mais de 50 concelhos mantinha-se em risco máximo de incêndio.

Continuavam a motivar maior preocupação os incêndios activos em Sever do Vouga, distrito de Aveiro; Castro Daire, Penalva do Castelo e Nelas, em Viseu; e Vila Pouca de Aguiar, em Vila Real. Voltando às palavras de André Fernandes, num ponto de situação feito às 20h, “há incêndios a lavrar há vários dias e que têm ainda muita intensidade”.

Houve também boas notícias: os incêndios em Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Baião e Gondomar foram dominados e estavam já na fase de resolução. Desde segunda-feira, foram registadas sete mortes - cinco que a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil atribui directamente aos incêndios e outras duas que foram noticiadas, atribuídas a paragem cardíaca, mas que também ocorreram em contexto de incêndio. Esta quarta-feira não houve registo de novas vítimas mortais.

Mas “as próximas 24 horas vão continuar muito complexas”, relembra André Fernandes.

Mais de 109 mil hectares ardidos

O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla inglesa) estima que a área ardida desde o início do ano seja já de 106 mil hectares, com base na sua rede de satélites. Contudo, de acordo com informações do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) actualizadas esta quarta-feira, os dados provisórios sobre a área ardida subiram já para 109.302 hectares. Entre estes, mais de 92 mil hectares ardidos em apenas dois dias.

As chamas consumiram 30.604 hectares de mato e 14.209 hectares de áreas agrícolas, mas a grande fatia dos espaços queimados (59%), ou seja, 64.488 hectares, são zonas de povoamento florestal.

PÚBLICO -
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A conclusão resulta de comparação dos dados desta quarta-feira com uma consulta do PÚBLICO da página do ICNF há dois dias, sensivelmente à mesma hora, estando nessa altura contabilizados apenas 5424 fogos. Na segunda-feira passada, pouco antes das 16h, a área ardida registada era de 16.869 hectares, o que significa que arderam mais de 92 mil hectares em dois dias.

Apoios “muito brevemente”

O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu esta quarta-feira apoios “muito brevemente", com prioridade para primeiras habitações e empresas, afectadas pelos incêndios. "Apoios de maior vulto, apoios para a reconstrução de fábricas, de casas, esses aí é que não poderiam ter começado, mas vão começar muito brevemente. Se tudo correr bem, vão começar em prazos muito razoáveis", afirmou.

No terreno, as Forças Armadas reforçaram a capacidade de apoio, com cerca de 250 militares a juntarem-se aos mais de cinco mil operacionais que actuam no combate aos fogos.

Também o Estado espanhol tem prestado apoio. Foram enviados 248 operacionais e 82 meios aéreos para auxiliar os bombeiros portugueses que combatem as chamas no Norte e Centro do país. “As unidades da Unidade Militar de Emergências (UME) já estão em Portugal, a colaborar na extinção dos incêndios”, escreveu esta quarta-feira o Ministério da Defesa espanhol na rede social X.

Chuva no final da semana

Entretanto, o estado do tempo vai mudar. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que nos próximos dias as condições meteorológicas comecem a facilitar o combate aos incêndios. O vento vai deixar de ser “tão quente e seco”, menos intenso e passará a soprar “de Sul e depois de Oeste” em todo o território — vai tornar-se menos volátil e imprevisível a propagação das chamas, afirmou a meteorologista Patrícia Marques, do IPMA, em declarações ao PÚBLICO na tarde de quarta-feira.

“Tudo aponta para uma melhoria nas condições meteorológicas para o combate aos incêndios”, assegurou a especialista. O IPMA prevê a ocorrência de aguaceiros a partir de quinta-feira na região Sul, mas no Norte e Centro, onde os incêndios continuam a mobilizar milhares de operacionais, a chuva só deve chegar na sexta-feira.

A previsão actual indica que a chuva deve manter-se ao longo da próxima semana, ainda que com pouca intensidade.

Alterações climáticas

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar a acompanhar a situação dos fogos em Portugal com atenção e afirmou que a “crise climática é um factor multiplicador de todas as tragédias que assistimos”.

“É absolutamente evidente que o agravamento dos incêndios em Portugal, o agravamento das cheias na Europa central e oriental, o agravamento das cheias na Nigéria e um conjunto de outros desastres que vemos multiplicar por toda a parte no mundo tem uma relação directa com o agravamento da crise climática. Hoje ninguém tem dúvidas a esse respeito”, reforçou Guterres, em resposta à Lusa, em Nova Iorque.

Entretanto, um grupo de cidadãos já agendou um protesto para este domingo, às 17h, em diversas cidades do país, contra a “catástrofe social, climática e política que representa um país permanentemente em risco de chamas”.

Sob o mote “O país arde, temos de acordar”, a mobilização tem como objectivo exigir “o fim do ciclo de incêndio, morte, pobreza e desertificação”, reafirmando a urgência de um novo modelo de gestão e exploração florestal. Com Carolina Amado, Mariana Oliveira e Marta Sofia Ribeiro

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