Seis alunos esfaqueados numa escola na Azambuja. Governo condena “acto de violência”

Um aluno, que usava um colete à prova de bala, esfaqueou outros seis estudantes numa escola básica da Azambuja, confirmou fonte oficial da GNR. Uma menina “inspira cuidados”.

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Uma viatura médica do INEM foi accionada para o local Paulo Pimenta/Arquivo

Um aluno de 12 anos esfaqueou esta terça-feira outros seis alunos numa escola básica da Azambuja, confirmou o PÚBLICO junto de fonte oficial da GNR que enviou patrulhas para o local. O alerta foi dado pelas 14h30. O Governo diz estar a acompanhar a situação e assegura que se tratou de um "acto isolado".

Segundo a GNR, uma das vítimas, uma menina de 12 anos, terá ficado ferida com alguma gravidade, tendo sido assistida no local por uma Viatura Médica de Emergência do INEM e sido posteriormente levada para o hospital.

No local estiveram várias patrulhas, bem como elementos da Polícia Judiciária.

Ao que o PÚBLICO apurou, as quatro crianças/adolescentes, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos, deram entrada, cerca das 15h45 na Urgência do Hospital de Vila Franca de Xira. Apresentam ferimentos considerados ligeiros, com cortes no tronco, nos braços e nas pernas.

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Caso ocorreu na Escola Básica da Azambuja

A menina com ferimentos mais graves foi encaminhada para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por decisão da equipa do INEM que esteve a prestar socorro na escola, confirmou fonte do hospital.

Ao que o PÚBLICO apurou, a vítima tem ferimentos na zona do tórax e da cabeça e não corre risco de vida.

Silvino Lúcio, presidente da Câmara Municipal da Azambuja, garantiu, em declarações ao PÚBLICO, que "a menina inspira alguns cuidados". Segundo o autarca, cinco vítimas são do sexo feminino e uma é do sexo masculino. Contrariamente à informação que estava a ser veiculada, o presidente da câmara garantiu que "não há nenhum adulto ferido".

Segundo o presidente da câmara, o rapaz de 12 anos, que frequenta o 7.º ano, foi a casa almoçar e entrou depois na escola com uma mochila e vestindo com um colete à prova de bala (que disse mais tarde ser do pai). Já na zona das salas de aulas, o aluno começou a atacar indiscriminadamente com uma faca quem aparecia. Terá sido travado por uma auxiliar. Ficou sob custódia da GNR na escola até à chegada da Polícia Judiciária, a quem compete agora investigar o caso.

Já há uma equipa de psicólogos disponível para dar apoio às vítimas, aos alunos e auxiliares e ao próprio aluno agressor. O INEM também disponibilizou uma unidade móvel de intervenção psicológica de emergência, que ainda se encontra no local.

A Escola Básica da Azambuja integra o programa Escola Segura da GNR e é frequentada por 450 alunos, até ao 7.º ano.

Numa nota publicada no site do agrupamento, a directora do Agrupamento de Escolas da Azambuja, Maria Madalena Miranda Tavares, refere que a situação ocorrida "foi um acto isolado", e que esta quarta-feira, as aulas decorrerão normalmente.

Presidente e Governo condenam ataque e violência

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou e repudiou "o incidente esta tarde ocorrido numa escola secundária perto de Lisboa. Nenhumas circunstâncias podem legitimar um tal ato de violência", escreveu.

"A Família, como a Escola, a Comunidade local e outras instituições essenciais para a nossa vida comum não podem ser dominadas pela violência, pela agressão, pela violação dos direitos das pessoas, de todas as pessoas, nem qualquer violação destes pode justificar a violência. E tudo devemos fazer para que comportamentos como o vivido hoje, envolvendo a agressão física a colegas, professor e outro trabalhador da escola, se não repitam", escreveu o presidente da República, defendendo que "a situação deve ser devidamente apurada e merece não só a condenação, como a reflexão sobre a necessidade de educar para a paz, a concórdia, a tolerância e a civilidade".

Em reacção ao sucedido, também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse condenar "nos termos mais veementes o ataque ocorrido", que considerou um "acto isolado e um fenómeno estranho à sociedade portuguesa, mas que deve fazer reflectir com sentido de responsabilidade todos os que actuam no espaço público." "O Governo mantém empenho total na protecção dos cidadãos e das instituições estruturantes do nosso país, como é a escola", disse ainda, numa publicação na rede social X, desejando ainda rápidas melhoras aos feridos.

Também o Ministério da Educação disse ter entrado já em contacto com a escola e que se mantém a acompanhar a evolução do estado de saúde dos alunos feridos. "O Ministério da Educação, Ciência e Inovação condena veemente qualquer ato de violência dentro ou fora de uma escola", nota ainda a tutela em comunicado.

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