CCDRC e autarquias começam esta quarta-feira a tratar da recuperação das casas ardidas, garante ministro

Governo promete “fundos públicos abundantes”, equivalentes a 85% do custo da recuperação. Em Aveiro, terão sido afectadas umas “60 ou 70 habitações”, apontou o ministro Adjunto e da Coesão Territorial

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As pessoas "precisam de ir dormir para suas casas", considerou o ministro Adriano Miranda
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Manuel Castro Almeida, ministro-adjunto e da Coesão Territorial, reuniu esta terça-feira com os autarcas da região de Aveiro, que está a ser fortemente afectada pelo fogo nos últimos dias, antes de se fazer à estrada para visitar alguns dos locais atingidos pelas chamas — nomeadamente Talhadas, em Sever do Vouga, e Albergaria-a-Velha. “Vamos [...] contactar com os empresários para começar a tratar da recuperação dessas fábricas e, amanhã mesmo, a CCDRC, juntamente com as câmaras municipais envolvidas, começa a fazer o trabalho casa por casa para identificar as casas ardidas e permitir recuperá-las imediatamente”, anunciou, à saída de uma reunião que durou mais de duas horas.

O governante prometeu fundos para apoiar as populações afectadas. “Não está absolutamente fechado ainda”, referiu, notando que dependerá de “haver ou não seguro de casa”, mas “vai haver fundos públicos abundantes”, segundo afiançou. “Há-de ser um valor aproximado a 85% do custo da reparação”, adiantou em declarações aos jornalistas, ressalvando que “não é um valor que esteja ainda fechado”.

O trabalho com vista a recuperar as habitações começará “amanhã mesmo” e será feito conjuntamente “por técnicos da CCDRC” e “técnicos das câmaras municipais”. “E já ficou entendido aqui com os senhores presidentes de câmara o seguinte: é a câmara municipal que vai decidir quem vai tratar da recuperação das casas”, revelou Castro Almeida. “Se a câmara municipal quiser tratar directamente, tratará; se não quiser pode ser a CCDR a tratar da recuperação das casas; e se a câmara achar que será melhor ser o próprio promotor a tratar da recuperação da casa, acompanhado pelos serviços públicos, é como a câmara municipal entender melhor”, exemplificou.

“Os presidentes estão alertados que é preciso um grande rigor na fiscalização, mas nada disso pode impedir que isso ande rapidamente porque estas pessoas precisam de ir dormir para suas casas”, argumentou Manuel Castro Almeida. Só na região de Aveiro terão sido afectadas umas “60 ou 70 habitações”.

Quanto às empresas, o governante diz que o objectivo “é que as empresas possam começar o mais rapidamente possível a trabalhar”. Para estes casos, admite “poder envolver fundos europeus”, não obstante ainda necessitar de “avaliar globalmente a situação”. “Isto agora é o trabalho de casa que temos que fazer. Precisamos que os trabalhadores retomem o trabalho tão rapidamente quanto possível”, realçou.

Esta preocupação vai ao encontro daquela que foi manifestada por Pedro Lobo, presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, que foi o primeiro autarca a abandonar a reunião – em virtude da situação crítica que se vivia no seu município. “É fundamental que as empresas que arderam comecem a laborar o mais rápido possível”, alertava, numa altura em que não tinha ainda o levantamento dos prejuízos já contabilizados no seu município. “Temos perdas muito grandes”, declarou, confiante “no apoio e disponibilidade do Governo”.

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