António M Cabrita é o novo director de programação do Viriato

Bailarino, coreógrafo e investigador sucede a Henrique Amoedo. Começa já a 1 de Outubro.

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Sinais de Pausa, criado e interpretado por António M Cabrita (agora director de programação do viseense Teatro Viriato) e São Castro Paulo Pimenta
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António M Cabrita sente-se em casa no Teatro Viriato, de Viseu, instituição que muito tem contribuído para o seu percurso profissional e pessoal.

A garantia é dada no comunicado do Viriato que esta terça-feira chegou às redacções, dando conta da sua nomeação como director de programação do teatro, cargo que assumirá já a partir de 1 de Outubro.

Coreógrafo, intérprete e investigador na área da dança é presença assídua neste teatro, importante palco da cidade para onde se mudou há anos e de que é muito próximo também emocionalmente, dado que, de acordo com a mesma nota de imprensa, terá pesado na sua selecção para ocupar o lugar que até aqui pertencia a Henrique Amoedo, a cargo da direcção do Centro de Artes do Espectáculo de Viseu - Associação Cultural e Pedagógica (CAEV).

“A escolha de António M Cabrita surge após um processo de selecção criterioso que valorizou a experiência profissional e artística, o conhecimento do território em que o Teatro Viriato se insere, a capacidade de gestão de projectos artísticos, a valorização da missão desta instituição e o espírito crítico necessário para que o Teatro Viriato se possa afirmar cada vez mais no panorama nacional e internacional das artes performativas como um exemplo de serviço público”, pode ler-se no comunicado da sala de espectáculos viseense, que sublinha ainda a preocupação do CAEV em encontrar um novo director com “qualidades humanas de excelência”, capaz de “revigorar” o projecto.

“António M Cabrita apresenta o perfil e percurso indicado para projectar o Teatro Viriato no futuro da inovação tecnológica, da sustentabilidade ambiental e económica, respondendo assim aos desafios emergentes, sem nunca esquecer o seu passado histórico”, justifica a direcção.

Para o fazer, o novo director de programação quer que no cartaz do Viriato se destaquem propostas que combinem diferentes linguagens e disciplinas, origens e contextos.

Henrique Amoedo, que agora cessa funções, congratulou-se com a escolha de António M Cabrita, reconhecendo que o seu sucessor é “um grande conhecedor do panorama artístico nacional e internacional” e que “sempre manteve uma proximidade com o Teatro Viriato”.

Nascido em 1982, no Barreiro, António M Cabrita fez o curso de dança do Conservatório Nacional e, mais tarde, depois de uma passagem pela escola do Joffrey Ballet, nos Estados Unidos, regressou a Lisboa para tirar a licenciatura na Escola Superior de Dança (2004-2008), instituição onde espera ainda vir a completar o mestrado em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais.

Como artista independente, foi precisamente no cruzamento da dança com outros meios, nomeadamente o da música, da fotografia e do cinema, que começou a desenvolver o seu trabalho, mas o seu percurso como bailarino levou-o também a colaborar com outros criadores e até a integrar uma companhia, a alemã SilkeZ./Resistdance, formação de que foi colaborador durante dez anos (2008-2018).

Rui Horta, Né Barros, Silke Z., António Tavares, Tânia Carvalho, Ana Rita Barata, Pedro Ramos, Felix Lozano, Paulo Ribeiro e Luís Marrafa fazem parte da lista de criadores para quem dançou, mas foi com São Castro, bailarina e coreógrafa como ele, que em 2011 deu início a uma parceria que se mantém até hoje. A dupla viria a receber, quatro anos mais tarde, o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores na categoria de Melhor Coreografia com Play False, título que, aliás, dá nome à associação cultural que fundou, em 2019.

António M Cabrita e São Castro dirigiram ainda juntos a Companhia Paulo Ribeiro (2017-2021) a convite do próprio coreógrafo que foi responsável por transformar o Teatro Viriato num destino obrigatório para os amantes das artes performativas quando, em 1998, assumiu pela primeira vez a sua direcção artística depois de um ambicioso projecto de requalificação ter posto fim a anos de abandono desta sala histórica de Viseu.

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