Incêndios: 17 feridos, 70 pessoas retiradas. “Situação não está fora de controlo mas é muito complicada”

Três bombeiros ficaram feridos com gravidade no incêndio de Albergaria-a-Velha

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Protecção Civil apela à população para "não ir ver o incêndio" ADRIANO MIRANDA
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Os incêndios que assolam o país já causaram desde ontem 18 vítimas e obrigaram à retirada de cerca de 70 pessoas. As vítimas incluem o bombeiro que morreu, no domingo, vítima de doença súbita, no incêndio de Oliveira de Azeméis, e quatro feridos entre os bombeiros que combatem este incêndio, três dos quais em situação grave. O fogo alastrou, entretanto, a Albergaria-a-Velha e é uma das situações mais complexas, das dez ocorrências consideradas significativas pela Protecção Civil. O combate às chamas deve estender-se pelo dia de amanhã e a situação “não está fora de controlo, mas é muito complicada, complexa.”

A avaliação foi feita pelo comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, em conferência de imprensa. Às 12h30 desta segunda-feira, disse, havia 36 incêndios em curso, que mobilização 2179 operacionais, 645 meios terrestres e 32 meios aéreos. A situação mais complexa era a do incêndio de Oliveira de Azeméis/Albergaria-a-Velha, em que estão envolvidos 554 operacionais, 188 veículos e “uma cadência constante de quatro meios aéreos”, disse. Castelo Branco, Sever do Vouga e Penalva do Castelo são as outras regiões que estão a mobilizar vários meios – 1745 operacionais, 543 meios terrestres e 22 meios aéreos –, havendo ainda “um dispositivo robusto” envolvido em outros pontos do país em que é essencial não deixar reactivar fogos já dominados nas últimas horas.

São muitos fogos a atravessar toda a Região Norte e Centro, o que levou André Fernandes a dizer que é essencial diminuir o número de ignições, para “diminuir o stress que estamos a viver”. O comandante nacional disse que “todas as ferramentas necessárias estão no local”, para que o combate funcione da melhor maneira, mas que é preciso mais ajuda. A caminho de Albergaria-a-Velha estão, por isso, bombeiros solicitados à região de Lisboa e Vale do Tejo e Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil, solicitando quatro parelhas de aviões anfíbios (oito aviões), estando a negociar directamente com Espanha, França e Itália a possibilidade do envio rápido desse apoio.

Com excepção de algum aparelho que venha de Espanha, e que pode chegar ainda esta segunda-feira, os restantes aparelhos que possam vir para prestar ajudar a combater os incêndios só devem chegar amanhã, altura em que é expectável que a situação continue activa. “É uma situação que vai, infelizmente, durar. Vai ser um dia complicado e durante o dia de amanhã também”, enfatizou.

André Fernandes confirmou também que já arderam habitações em Albergaria-a-Velha, mas não avançou com números, afirmado que esse balanço será feito assim que as chamas estejam controladas. Quanto aos feridos existentes, não há civis, e os três bombeiros feridos com gravidade naquele incêndio sofreram queimaduras. Terão sido encaminhados para o hospital e aguarda-se uma avaliação mais precisa do seu estado.

A Protecção Civil apela a que as pessoas não circulem nas zonas dos incêndios e que evitem qualquer das vias principais que estejam nas imediações dos incêndios, até porque muitas delas estão cortadas em troços que atravessam as zonas mais críticas – A1, A25, A17, A32 e IC2 –, o mesmo acontecendo com a linhas ferroviárias do Norte e do Vouga.

Não usar o fogo, seguir as indicações rodoviárias da GNR e da PSP e “não ir ver o incêndio” são os outros conselhos deixados. Por causa da degradação da qualidade do ar, afectada pelo fumo intenso, é aconselhado o uso de máscara nas zonas de maior proximidade dos incêndios.

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