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Brasileiro que morreu em incêndio foi engolido pelo fogo
Sem citar o nome, o comandante português da Proteção Civil descreveu as condições em que ocorreu a morte em Albergaria-a-Velha. Foram quatro os mortos nos incêndios em Portugal nesta segunda-feira.
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O Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, descreveu como ocorreu a morte do cidadão brasileiro, de 28 anos, no incêndio de Albergaria-a-Velha, esta segunda-feira (16/09) em Portugal. A descrição foi durante a coletiva diária que a Proteção Civil faz, apresentando a situação dos incêndios no país.
“Um trabalhador de uma empresa de gestão florestal foi sitiado pelo fogo quando estava junto às máquinas. Foi nessa situação que foi cercado pela linha de fogo”, explicou Fernandes, ao falar de um dos mortos em Albergaria-a-Velha.
Fernandes não entrou em detalhes a respeito do trabalhador que foi engolido pelo fogo — nem sequer mencionou a nacionalidade. Apenas citou mais um civil morto — houve outra pessoa, um bombeiro, que perdeu a vida nos incêndios – andando numa via pública e que passou mal, o que foi atribuído ao calor.
O comunicado da Guarda Nacional Republicana (GNR), que pode ser comparada à Polícia Militar brasileira, informou que um brasileiro tinha morrido em consequência dos incêndios ao tentar recuperar as máquinas de uma empresa de gestão florestal.
O caso foi passado para a Polícia Judiciária, equivalente à Polícia Federal brasileira, que investigará a morte. O corpo será entregue ao Instituto de Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que fará um laudo sobre as condições em que o brasileiro morreu. Depois, quando for liberado, a família poderá fazer o repatriamento ou decidir se quer que os restos mortais fiquem em Portugal.
Fogos pelo país
Segundo Fernandes, o incêndio que inclui Albergaria-a-Velha é o mais preocupante atualmente em Portugal, atingindo outros quatro municípios: Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis, Vale do Cambra e Águeda. No total, já queimaram 10 mil hectares e a área em risco de incêndio pode chegar a 30 mil hectares.
Fernandes relatou que apenas nesta segunda-feira o total de focos de fogo em Portugal atingiu 205 até às 19h30. Os bombeiros conseguiram controlar 188 (91%) antes de se tornarem incêndios de grandes proporções. Devido às queimadas, três auto-estradas tiveram o tráfego interrompido, incluindo a principal do país, que liga Lisboa ao Porto.
“São condições extremas. Qualquer ignição tem o potencial de se tornar um incêndio de grandes proporções. É muito difícil combater incêndios, que progridem 600 a 700 metros por hora”, explicou.