Cheias na Europa Central: mais rios transbordam e o número de mortos aumenta
A subida do nível dos rios na Europa Central, incluindo o Danúbio, coloca mais cidades em alerta. Governo polaco deve reunir-se esta segunda-feira para anunciar estado de calamidade.
Mais rios da Europa Central transbordaram esta segunda-feira, na sequência de inundações que já mataram pelo menos 14 pessoas, da Polónia à Roménia, e deixaram muitas cidades submersas ou afectadas por águas cheias de detritos, após dias de chuva intensa.
As zonas fronteiriças entre a República Checa e a Polónia foram fortemente atingidas durante o fim-de-semana. Algumas pontes caíram e casas foram destruídas, enquanto aldeias e cidades no leste da Roménia ficaram submersas.
O Governo polaco declarou estado de calamidade e destinou cerca de 243 milhões de euros para apoiar as vítimas. O primeiro-ministro, Donald Tusk, disse que estava em contacto com os governantes de outros países afectados e que iriam pedir em conjunto apoio financeiro da União Europeia para lidar com esta catástrofe.
O reservatório de Topola, no sul do Polónia, estava tão cheio que água ultrapassou as margens, dirigindo-se para a vila de Kozielno. As autoridades locais anunciaram que várias cidades e vilas próximas seriam evacuadas.
Embora os rios na zona fronteiriça entre a República Chega e a Polónia tenham começado a recuar esta segunda-feira, as inundações estão a afectar mais zonas e a deixar em alerta as grandes cidades de ambos os países.
Na República Checa, a subida do rio Morava durante a noite colocou Litovel, uma cidade a 230 km a leste de Praga, a capital da Chéquia, com uma população de quase 10.000 habitantes, cerca de 70% debaixo de água e encerrou escolas e instalações de saúde, disse o presidente da Câmara de Praga num vídeo no Facebook.
"Estava muito, muito assustada... Fugi porque a água estava a subir muito rapidamente ao pé da minha casa", disse à Reuters Renata Gaborova, de 39 anos.
As inundações em partes da capital regional do nordeste da República Checa, Ostrava, obrigaram ao encerramento de uma central eléctrica que fornece calor e água quente à cidade, bem como de duas fábricas de produtos químicos.
Heartfelt solidarity with all affected by the devastating floods in Austria, Czech Republic, Hungary, Poland, Romania and Slovakia.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) September 15, 2024
My thoughts are with the victims and their families.
Thank you to all those helping for their tireless work. The EU stands ready to support.
Mais de 12.000 pessoas foram deslocadas das suas casas na República Checa, disse o primeiro-ministro Petr Fiala no domingo à noite na rede social X, ao convocar uma sessão extraordinária do Governo para esta segunda-feira. A televisão checa noticiou a primeira vítima confirmada na segunda-feira, somando-se às vítimas em toda a região.
Na Roménia, as inundações mataram seis pessoas durante o fim-de-semana e um bombeiro austríaco morreu no domingo. A polícia polaca confirmou quatro mortes, embora a agência noticiosa PAP tenha mencionado cinco.
Rio Danúbio também subiu
O vice-ministro polaco da Administração Interna, Czeslaw Mroczek, disse à Rádio Polaca, na segunda-feira, que milhares de bombeiros, polícias e soldados lutaram contra as cheias nas últimas 24 horas, enquanto o Governo ainda estava a trabalhar para determinar a escala dos danos.
A capital da Eslováquia, Bratislava, e a capital da Hungria, Budapeste, prepararam-se para a subida do rio Danúbio. O ministro da Administração Interna húngaro, Sandor Pinter, diz que 12 mil soldados estão em prontidão para agir, em caso de emergência.
Na Áustria, os níveis dos rios e dos reservatórios baixaram durante a noite, à medida que a chuva diminuía, mas as autoridades disseram que estavam a preparar-se para uma segunda vaga, uma vez que se esperava chuva mais forte nas próximas horas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa mensagem no X, enviou palavras de solidariedade às pessoas afectadas pelas inundações e disse que a União Europeia iria prestar apoio.