Morreu Elias Khoury, grande romancista libanês e forte defensor da causa palestiniana

A sua obra mais conhecida é A Porta do Sol, que versa sobre a vida da comunidade de refugiados palestinianos no Líbano desde 1948. Foi publicada pela Quetzal em 2012.

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Elias Khoury numa conferência em 2018 DR
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O escritor Elias Khoury, que a agência Lusa descreve como “um dos maiores romancistas libaneses da sua geração”, morreu este domingo aos 76 anos, vítima de doença prolongada. A notícia foi confirmada à agência France-Presse por fontes próximas da família do autor de A Porta do Sol, livro lançado originalmente em 2000 e traduzido para português 12 anos mais tarde, quando foi publicado pela Quetzal.

O romance versa sobre a vida da comunidade de refugiados palestinianos no Líbano desde 1948. Khoury foi “um dos primeiros apoiantes da causa palestiniana”, escreve a Lusa, informando que, de 1975 a 1979, “foi chefe de redacção da revista Les Affaires Palestiniennes , colaborando com [o poeta palestiniano] Mahmoud Darwich”, um dos maiores autores de língua árabe do seu tempo.

Além de A Porta do Sol, continua a Lusa, “vários outros romances” de Elias Khoury, “incluindo a trilogia Os Filhos do Gueto, uma das suas obras mais recentes”, também se debruçam sobre “a questão palestiniana”, profundamente presente, por exemplo, na guerra civil libanesa, que o romancista retratou em livros “incluindo A Pequena Montanha e Yalo”.

Além de escritor amplamente traduzido, Khoury foi professor universitário, quer no Médio Oriente, quer na Europa, quer nos Estados Unidos. Estava hospitalizado em Beirute há vários meses. Mas não deixou de escrever. A Lusa salienta que já se encontrava acamado quando, em Julho, escreveu um artigo reflectindo sobre o tempo volvido desde o ataque do Hamas contra Israel, a 7 de Outubro do ano passado. Nesse texto referia que a comunidade palestiniana, ao “resistir” a bombardeamentos recorrentes, ensinava-o “todos os dias a amar a vida”.

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