Mamografias podem ajudar a diagnosticar doenças cardíacas

Associação entre as calcificações nas artérias mamárias e o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular foi apresentada em dois estudos norte-americanos.

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As mamografias podem vir a indicar um risco maior de doença cardíaca Rui Gaudêncio
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A acumulação de cálcio nas artérias mamárias detectada pela mamografia não é, normalmente, um sinal de cancro, mas pode indicar um risco mais elevado de doença cardíaca, segundo revelaram duas equipas de investigação na reunião anual da Sociedade da Menopausa, em Chicago (EUA).

Ao seguir cerca de 400 mulheres durante 18 anos, uma equipa descobriu que a doença cardiovascular aterosclerótica – artérias obstruídas que limitam o fluxo sanguíneo – foi diagnosticada em 23% das mulheres com calcificações nas artérias mamárias, em comparação com 13,9% das que não tinham calcificações.

“Investigações anteriores já tinham sugerido este tipo de associação”, afirmou em comunicado a líder do estudo, Hannah Daley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Drexel, na Pensilvânia (EUA). “Com base no que descobrimos, acreditamos que a presença de calcificações nas artérias da mama numa mamografia deve ser rotineiramente comunicada.”

Separadamente, investigadores do Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia (EUA), analisaram dados de nove estudos anteriores que envolveram cerca de 47.000 mulheres seguidas durante quase 12 anos, em média. Descobriram que as mulheres com calcificação nas artérias mamárias observada na mamografia tinham um risco acrescido de acidente vascular cerebral, doença cardiovascular aterosclerótica e insuficiência cardíaca congestiva.

“Penso que este estudo é importante para os médicos de cuidados primários, mas também para os cardiologistas e, na verdade, para qualquer médico que se dedique à avaliação do risco de doenças cardiovasculares”, afirmou Matthew Nudy, líder do estudo, em comunicado.

A informação destes estudos “reforça que os factores de risco para as doenças cardiovasculares nas mulheres são diferentes dos dos homens”, destacou Stephanie Faubion, diretora médica da Sociedade da Menopausa dos EUA, num comunicado.