Forças especiais israelitas terão destruído fábrica iraniana de mísseis na Síria

Fábrica iraniana de mísseis sofreu um raide no domingo enquanto a zona era bombardeada. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), causou 27 mortes e 32 pessoas ficaram feridas.

Foto
A zona de Masyaf, região síria onde ficava a fábrica, foi bombardeada pelas forças israelitas no domingo Firas Makdesi / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:33

Uma unidade de elite israelita terá destruído uma fábrica de mísseis iraniana que fornece o Hezbollah durante um bombardeamento na noite de domingo à região de Masyaf, na Síria, perto da fronteira com o Líbano.

A fábrica foi destruída num raide efectuado por uma unidade especial da força aérea israelita, envolvendo cinco helicópteros e vários drones. O bombardeamento na região, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), causou 27 mortes e 32 pessoas ficaram feridas.

Segundo o Observatório, o local do raide, conhecido por Heer Abbas, continha uma fábrica que produzia e desenvolvia mísseis de curto e médio alcance e era propriedade dos Guardas da Revolução iranianos, das forças armadas do Irão e era gerida com o Hezbollah, milícia islamista do Líbano aliada do Irão.

Segundo a BBC, os ataques aéreos foram usados como forma de neutralizar "as defesas da Síria e impedir que os reforços chegassem ao local".

"Pouco antes do lançamento das forças especiais, Israel levou a cabo uma série de ataques aéreos intensivos, visando locais vitais na região, e utilizaram sistemas de interferência de guerra electrónica que abriram caminho para o lançamento aéreo dos helicópteros que transportavam dezenas de soldados das forças especiais israelitas"​, afirmou o Observatório, que disse que os combates para entrar na fábrica duraram mais três horas.

O New York Times noticiou que as forças israelitas desceram dos helicópteros e capturaram material e informações da fábrica.

A oposição síria, citada pelo jornal israelita The Times of Israel, afirmou que dois a quatro iranianos terão sido capturados na fábrica. No entanto, as afirmações foram negadas pela embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, que disse que "as afirmações são mentiras e só são publicadas por meios de comunicação anónimos, que são os porta-vozes da entidade".

Segundo o OSDH, não foi possível confirma que informações confidenciais foram adquiridas e nenhum membro das forças iranianas terá sido levado da fábrica. O Observatório indica ainda que 14 dos mortos no ataque eram sírios a trabalhar para milícias apoiadas pelo Irão, incluindo a secção síria do Hezbollah.

Os bombardeamentos da noite de domingo foram considerados uma "agressão flagrante" pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio e o ministro da Saúde do país descreveu os ataques como uma "agressão brutal e bárbara".

O site norte-americano Axios infirmou que os Estados Unidos foram informados que o ataque iria ocorrer e que a Administração norte-americana "não se opôs".

Não é a primeira vez que Israel ataca o complexo onde ficava a fábrica. Desde 2018 que a instalação produzia mísseis para o Irão e para milícias associadas como o Hezbollah.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários