Taça Davis: Henrique Rocha alcança vitória histórica sobre Casper Ruud
Ao repartirem os dois primeiros encontros de singulares, Portugal e Noruega mantêm a eliminatória em aberto.
Quem acompanhou a eliminatória da Taça Davis entre Portugal e Noruega em 1997 deve ter sentido um “déjà vu” ao assistir ao primeiro singular do embate entre as duas selecções, agora em Bekkestua, perto da capital Oslo, a contar para o Grupo Mundial I. Felizmente que, em 2024, apareceu um inspirado Henrique Rocha a reescrever um argumento diferente: derrotou Casper Ruud, número nove do ranking, igualou (1-1) a eliminatória, onde Portugal não pode contar com Nuno Borges, lesionado num pulso, e adiou o desfecho para sábado.
Há 27 anos, surgiu na Maia o experiente Christian Ruud, acompanhado pelo desconhecido Jan-Frode Andersen, recém-entrado no top 300. E foi Andersen a surpreender Nuno Marques logo no primeiro encontro que abriu caminho para a vitória dos noruegueses, consolidada com as vitórias de Ruud nos “seus” dois singulares.
Desta vez, o “desconhecido” foi Nicolai Budkov Kjaer, 18 anos, 737.º no ranking ATP e líder da classificação mundial de juniores, depois de ter ganhado o torneio de Wimbledon e sido finalista no US Open nesse escalão. No confronto inicial com o estreante Jaime Faria (157.º), o norueguês venceu, por 4-6, 6-3 e 7-6 (7/4).
Com o cabelo rapado, consequência da habitual praxe a que os novatos na selecção têm de submeter-se, Faria foi o primeiro a assinar um break, no sétimo jogo, que lhe garantiu a vantagem. Mas Budkov Kjaer devolveu o break no sexto jogo da segunda partida para equilibrar o encontro. No set decisivo, Faria cedeu um break no quinto jogo, com uma dupla-falta, que ameaçou recuperar. Mas seria somente na última oportunidade, a 3-5, que conseguiria devolver o break, só que entrou mal no tie-break e Budkov Kjaer, em estado de graça, somou o primeiro ponto para a Noruega.
A tarefa parecia difícil para Henrique Rocha (159.º), que nunca tinha defrontado um adversário do top 40 e teve de enfrentar Casper Ruud (9.º), filho de Christian Ruud. Mas o número três português entrou descomplexado, colocando no court o seu ténis agressivo, ao mesmo tempo que o ídolo local se ia mostrando irregular.
Foi sem surpresa que Rocha fechou o set inicial, com dois breaks, mas poucos esperariam que se adiantasse para 4-2. Foi então que Ruud reagiu de acordo com o seu estatuto e igualou. No entanto, Rocha não acusou o toque, fez o 5-4 com um jogo de serviço em branco e soube estar sólido no jogo seguinte, enervando Ruud, que cometeu mais erros para conceder a derrota.
No sábado (13 horas em Portugal), terá lugar o encontro de pares, para o qual estão indicados Faria e Rocha. O segundo dia de competição termina com mais um ou dois encontros de singulares, até uma selecção somar três pontos.
Nuno Borges está igualmente na Noruega e chegou a treinar-se na Nadderud Arena, mas dores no pulso esquerdo e um exame médico realizado na quinta-feira confirmaram que não estava em condições para competir.