Sindicatos de enfermeiros não aceitam proposta de aumentos salariais do Governo

Plataforma que agrega cinco sindicatos de enfermeiros concorda com os valores para 2024 e 2025 mas rejeita aumentos salariais propostos pelo Governo para 2026 e 2027.

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Plataforma que reúne cinco sindicatos quer chegar a acordo com Governo antes da greve marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses para 24 e 25 de Setembro Rui Gaudêncio
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Ainda não foi desta que a plataforma que reúne cinco sindicatos de enfermeiros chegou a acordo com o Governo para a revisão da tabela salarial. Os dirigentes das cinco estruturas sindicais que constituem a plataforma não concordam com a contraposta de aumento salarial faseado que esta quinta-feira lhes foi apresentada pela ministra da Saúde e a secretária de Estado da Administração Pública, apesar de reconhecerem que houve uma aproximação substancial aos valores que reivindicam.

Na última ronda negocial, no final de Julho, o Governo acabou por retirar a proposta de aumento de 52 euros para os enfermeiros que entravam em cada uma das categorias, a qual foi considerada inaceitável pela plataforma sindical — que agrega o Sindicatos dos Enfermeiros, o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, o Sindicato Nacional dos Enfermeiros, o Sindicato Independente Profissionais Enfermagem e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal.

Na reunião desta quinta-feira, o Governo aproximou-se das reivindicações da plataforma relativamente aos anos de 2024 (porque o aumento salarial vai avançar já a partir do de Novembro) e de 2025, mas "ficou longe do que era proposto para 2026 e 2027", explicou ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa. Foi um "avanço significativo face à última reunião", dado que a contraproposta agora apresentada pelo Governo representa um aumento salarial superior a 150 euros para os enfermeiros e de mais de 200 euros para os enfermeiros especialistas e os enfermeiros gestores em 2024 e 2025.

Mas a proposta da plataforma "são duas posições remuneratórias da tabela da carreira de enfermagem" até 2027, referiu Pedro Costa. A diferença entre o que o Governo propõe e os sindicatos reivindicam é agora de cerca de 100 euros, especificou.

Sem abdicarem destes valores, e porque o Ministério da Saúde se comprometeu a analisar a proposta para 2026 e 2027, os dirigentes sindicais solicitaram a marcação de uma nova reunião, já para a próxima semana, argumentando que é necessário chegar a acordo rapidamente numa altura em que se aproxima uma greve nacional nos dias 24 e 25 deste mês, que foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (que não integra a plataforma) e pela Federação Nacional dos Médicos.

"Não chegamos a acordo nesta reunião, apesar de o Ministério da Saúde se ter aproximado das nossas propostas, o que é de valorizar ", corroborou Gorete Pimentel, do Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, frisando que os enfermeiros "não estão ser inflexíveis".

Lembrando que desde 2009 que a tabela remuneratória dos enfermeiros não é revista, Emanuel Boeiro, do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, diz também que a proposta para 2026 e 2027 "está muito longe" do que a plataforma ambiciona e acrescenta que o sindicato que dirige quer ainda colocar no protocolo negocial a questão da disponibilidade total.​

A reunião que estava marcada com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses para esta quinta-feira foi entretanto desmarcada e adiada para a próxima semana pelo Ministério da Saúde.

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