Kim Riccelli e Carla Labate trazem a Portugal vivência e autoconhecimento

Entendemos o trauma como uma sobrecarga no sistema nervoso. Nossas vivências têm o propósito de criar um campo seguro para que possamos nos liberar desse excesso.

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Carla Labate, Bruna Lombardi e Kim Riccelli costumam praticar yoga juntos Carlos Alberto Riccelli
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Nascido em uma família que sempre praticou yoga e meditação, o diretor e músico Kim Riccelli, 42 anos, filho dos atores Bruna Lombardi, 72, e Carlos Alberto Riccelli, 78, conheceu a atriz e professora de yoga Carla Labate, 32, em uma vivência de Cabala Hermética. A sensação de todos foi a de um reencontro. Perceberam que os propósitos de cada um estavam muito afinados. A partir dali, já são nove anos juntos usando várias práticas ancestrais em casa ou para grupos.

"O meu encontro com a família do Kim é precioso, porque nos reconhecemos muito. Me sinto muito integrada à Bruna, ao Riccelli e ao Kim. Tem muito carinho e somos desse mesmo universo", diz Carla. "A Bruna pratica yoga comigo. Ficamos horas conversando sobre espiritualidade e autocuidado. O estilo de vida de nós quatro é muito parecido. Nos damos muito bem”, frisa.

Pela primeira vez, Kim e Carla trazem para Portugal o evento ENTHEOS, uma vivência de um dia, marcada para sábado, 14 de setembro, no espaço Huma, no Estoril. “Será uma vivência bem intimista, para plantarmos em Portugal uma sementinha do nosso trabalho" afirma a atriz.

Segundo ela, optou-se por um espaço menor para que realmente haja um momento de conexão e, principalmente, para escutar as pessoas. Kim complementa: “Nos sintonizamos em um outro lugar. Tiramos um pouco da nossa atenção de toda essa tecnologia, que vai para o corpo. Vamos para o interno, para aquela parte mais sutil, que tem muita informação e só requer um pouco de nossa atenção”.

Carla e Kim dizem que, muitas vezes, no dia a dia, as pessoas se esquecem de buscar um momento tranquilo na rotina. Práticas que poderiam ser feitas para dar uma pausa nas atividades do cotidiano não são usadas e, na maioria das vezes, são desconhecidas. Eles estudam Yoga, Hermetismo, Ressonância, Geometria Sagrada, Experiência Somática e Tantra Clássico Não-Dual e, a partir desses conhecimentos, elaboram o evento.

“As vivências que criamos, toda a prática que oferecemos, são maneiras de ajudar as pessoas a se reconectarem com essa sabedoria que já existe dentro de nós”, afirma Kim. “Isso tudo sempre existiu, mas muitas pessoas se esqueceram da fonte e se desconectaram desse lugar. Nessas vivências, integramos várias filosofias, tanto da espiritualidade quanto de estudos científicos. Dessa forma recordamos. A sensação é essa. Na nossa experiência, chegar nesse lugar é uma reconexão, sagrada e poderosa”, emenda Carla.

Oferecer práticas e compartilhar todo esse conhecimento traz também retorno espiritual e físico para o casal. "Nas práticas de yoga, eu mentalizo os símbolos do reiki para que esses símbolos estejam trabalhando no espaço e nas pessoas. Quando oferecemos essas vivências, as diferentes técnicas das ciências ancestrais, da sabedoria milenar, somos muito nutridos”, assinala Carla. “Não é à toa, São Francisco de Assis disse: é dando o que se recebe”, recorda Kim.

Carla e Kim explicam que a essência do trabalho que fazem pode ser resumida no nome que escolheram, ENTHEOS, palavra grega que significa Deus em ti ou estar em Deus. “Buscamos trazer à tona a consciência de que o sagrado está no cotidiano. O sagrado não é um lugar longe quando se vive a vida com consciência. Quando essa expressão se torna a maneira como se interage com as pessoas e olha a vida, é transformador, em primeiríssimo lugar, para a pessoa, mas é muito transformador para todos ao redor. Quanto mais pessoas estiverem nesse fluxo, mais teremos um mundo em harmonia”, acredita Kim.

“Gosto de trazer um ensinamento que está muito presente nas minhas práticas, que os meus grandes mestres me transmitem. O curioso é que diferentes mestres de diferentes tradições transmitiram o mesmo ensinamento, 0 do pintor Leonardo da Vinci diz que a simplicidade é o mais elevado grau da sofisticação”, explica Carla. O casal afirma que as técnicas e filosofias que estudam e compartilham são simples. Com o aprendizado, os participantes podem carregá-las e utilizá-las como recursos de autocuidado para sempre. Além de Portugal, os dois já ofereceram a vivência em Los Angeles, onde Kim morou durante muito tempo com os pais.

“A experiência é uma troca, não é apenas uma transmissão. Tudo flui de uma forma que torna aquilo muito íntimo, principalmente, quando entramos na parte sonora, em que o Kim toca Hung Drum. Por meio do som desse instrumento, criamos um campo para que cada um tenha a experiência de estarmos realmente conectados e juntos no campo compartilhado que é criado ali” diz Carla.

Ele acrescenta que, hoje, tem feito um aprofundamento no estudo do trauma. "Entendemos o trauma como uma sobrecarga no sistema nervoso. Nossas vivências têm o propósito de criar um campo para que possamos nos liberar desse excesso. Eu e Kim acreditamos que todo mundo tem algo para contribuir para o mundo. São para as pessoas saírem mais encorajadas para fazer o que estamos aqui para fazer”, destaca Carla.

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