Livre na Câmara de Lisboa propõe medidas para evitar sinistros rodoviários graves na cidade

No domingo, um jovem morreu atropelado na Avenida dos Estados Unidos. Há cerca de duas semanas, aconteceu o mesmo, lá perto, com um homem de 40 anos na Avenida das Forças Armadas.

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Há duas semanas, morreu atropelado na Avenida das Forças Armadas Daniel Rocha/Arquivo
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O Livre na Câmara Municipal de Lisboa propôs que fossem postas em prática medidas para evitar sinistros rodoviários graves, promover a acessibilidade pedonal e a segurança rodoviária na cidade, com prioridade e enfoque na salvaguarda da vida dos peões.

Intitulada "Zero mortes nas ruas de Lisboa", a proposta do Livre surge na sequência dos "violentos atropelamentos mortais das duas últimas semanas no eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América" e de forma a dar resposta aos apelos dos signatários da petição "Entrecampos com mais segurança rodoviária e pedonal".

"Hoje, focamo-nos nas tragédias recentes em Entrecampos, os dois atropelamentos mortais das últimas semanas em Lisboa, tendo apresentado um voto de pesar pela morte destas duas pessoas, e, dada a urgência do problema da segurança rodoviária, apresentámos também uma proposta", afirmou a vereadora do Livre Patrícia Gonçalves (em substituição do eleito Rui Tavares).

A proposta foi apresentada, esta quarta-feira, em reunião privada do executivo municipal, mas não foi aceite como extra-agenda, pelo que aguarda agendamento para discussão e votação numa próxima sessão. O documento sugere a implementação de medidas para evitar sinistros rodoviários graves, promover a acessibilidade pedonal e a segurança rodoviária, assim como a criação de "um eixo de mobilidade e emergência no eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América, com foco e prioridade absoluta à acessibilidade pedonal e à segurança dos peões".

Por unanimidade, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou o voto de pesar do Livre pela morte de duas pessoas atropeladas na zona de Entrecampos, ambas vítimas de atropelamentos rodoviários, nomeadamente um homem de 40 anos, em 27 de Agosto, e um jovem de 21 anos, no domingo. A este propósito, o PCP lembrou que passaram dois anos desde a aprovação da proposta dos comunistas para a avaliação da redução de velocidade na cidade, na sequência de uma moção do Livre, questionando quando será apresentado o estudo, de modo a avançar com medidas condizentes com o mesmo, salvaguardando assim a segurança das pessoas.

Em Maio de 2022, a CML decidiu estudar, planear e realizar consulta pública sobre alterações de trânsito em Lisboa, nomeadamente o corte do trânsito na Avenida da Liberdade aos domingos e a redução da velocidade na cidade, deliberando que antes de submeter estas medidas a um período de discussão pública, "não inferior a 45 dias", deve ser feita "uma avaliação prévia, técnica e financeira, pelos serviços municipais competentes".

Para a vereação dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), a segurança no espaço público não tem sido uma prioridade para a actual gestão PSD/CDS-PP, tendo a presidência de Carlos Moedas (PSD), porque inclusivamente se aguarda que medidas propostas sejam postas em prática para que se tenham ruas seguras ao redor das escolas: "Começou um novo ano lectivo e nada avançou para minorar acidentes e melhorar as condições da circulação."

Lamentando os atropelamentos que mataram dois homens na zona de Entrecampos, o Bloco de Esquerda (BE) exigiu à CML que interviesse com "as medidas de acalmia de trânsito que foram aprovadas em 2022 e que não foram postas em prática", referindo que "naquele eixo há seis faixas de rodagem, sendo maior que muitas auto-estradas", acusando a liderança PSD/CDS-PP de inacção. "A principal causa de morte de crianças e jovens são desastres relacionados com automóveis e, em Lisboa, quase 30% dos atropelamentos são nas passadeiras, mas o executivo de Carlos Moedas tem decidido não agir", acusou o BE.

A proposta do Livre pretende "reconhecer a gravidade da situação de insegurança e violência rodoviária na zona de Entrecampos e do Eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América, e a necessidade de medidas urgentes para prevenir novos sinistros rodoviários graves e perdas de mais vidas".

Outras das medidas passam por criar e constituir no prazo de um mês a equipa para atingir a meta para zero mortes nas ruas de Lisboa por sinistralidade rodoviária na cidade; implementar de imediato no eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América medidas temporárias de acalmia de tráfego e redução das velocidades; estudar uma proposta de reperfilamento para o eixo da Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América e assim criar uma nova tipologia de arruamento: Corredores Multimodais de Mobilidade e Emergência; e reduzir os limites velocidade máxima de circulação em toda a cidade.