Importações de gás natural da Rússia para a UE aumentaram em 2024

Comissária da Energia desvaloriza e destaca a diminuição de 45% para 18% da quota do fornecimento russo depois da guerra de agressão lançada pelo Kremlin contra a Ucrânia.

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Kadri Simson, comissária europeia da Energia Rui Gaudêncio
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As importações de gás natural da Rússia na União Europeia aumentaram 5% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo do ano passado, apesar da redução acentuada de 45% para 18% da quota do fornecimento energético depois da guerra de agressão lançada pelo Kremlin contra a Ucrânia, em 2022, e das medidas restritivas adoptadas pelos 27, incluindo sobre o transbordo de Gás Natural Liquefeito (GNL) russo.

Uma tendência que deverá confirmar-se no segundo trimestre, mas que a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, desvalorizou esta quarta-feira, durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório anual sobre o estado da União da Energia, em Bruxelas. “Sei que os números ainda são impressionantes, mas o volume [de importações provenientes da Rússia] em Agosto, comparado com Julho, diminuiu, com menos vendas de GNL”, respondeu a comissária, quando questionada sobre os dados do comércio de gás natural na UE.

Segundo Kadri Simson, no último mês, “o declínio das vendas de GNL da Rússia foi de 0,6 mil milhões de metros cúbicos (bcm), para um total de 1,1 mil milhões de metros cúbicos”. Em relação ao gás natural da Rússia que chega à UE através de dois gasodutos – um que atravessa a Ucrânia e outro pela Turquia – o fornecimento também diminuiu em Agosto, para um volume de 2,75 mil milhões de metros cúbicos, informou.

A comissária destacou a acentuada redução do total das importações de gás natural da Rússia, que em 2021 correspondia a 45% do total da UE (ou 150,2 mil milhões de metros cúbicos), e “nesta altura é 18% do total” (25,4 bcm). “O montante anual importado em 2023 diminuiu 72% em relação a 2021. Trata-se de resultados significativos, que colocam a UE na via da eliminação progressiva das importações de combustíveis fósseis russos o mais rapidamente possível”, lê-se no relatório.

“Isto quer dizer que a Rússia perdeu o seu poder de influência”, afirmou Kadri Simson, acrescentando que os volumes de gás natural que ainda continuam a ser exportados “já não permitem que a Rússia nos continue a chantagear”. “Temos rotas alternativas de fornecimento disponíveis para garantir volumes adicionais, não há necessidade de as companhias europeias prolongarem os seus contratos de fornecimento com a Gazprom”, sublinhou.

A UE proibiu a importação marítima de carvão, de crude e de produtos petrolíferos refinados da Rússia, mas não incluiu o gás natural no seu regime de sanções por causa da invasão da Ucrânia. Mas a comissária não excluiu que essa medida venha a ser tomada no futuro. “Não tenho dúvidas de que enquanto a guerra durar, e enquanto a Rússia continuar a atingir escolas, hospitais, blocos habitacionais e também infr-aestruturas energéticas e centrais de produção de electricidade, não deixaremos de responder – ajudando a Ucrânia a reparar essas infra-estruturas, e prosseguindo com as sanções”, disse.

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