OE2025. “Não é o Governo que define o calendário do PS”
Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, diz que o partido só apresentará propostas na reunião que for convocada pelo Governo.
Depois da aproximação que resultou da reunião de terça-feira, PS e Governo estão a chutar responsabilidades sobre quem deverá dar o próximo passo nas negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). O Governo já disse que "a bola está do lado do PS", mas esta quinta-feira a líder parlamentar socialista devolveu ao executivo a responsabilidade agendar uma nova reunião. "Não é, se me permitem, o Governo que define o calendário do PS", vincou Alexandra Leitão. "Estamos disponíveis para uma reunião e aguardamos a [sua] marcação", disse.
No final da ronda de encontros de terça-feira, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, explicou aos jornalistas que o PS pediu tempo para avaliar o cenário macroeconómico apresentado pelo executivo e que esperava "um contacto" até ao final da semana para a partir daí o Governo e o maior partido da oposição definirem como irão "continuar este processo negocial".
Ora, esta quarta-feira, Alexandra Leitão afirmou que "o que ficou combinado é que em 48 horas o PS estará preparado". "A partir daí aguardamos uma convocatória, um convite, para uma nova reunião", explicou aos jornalistas, no final da conferência de líderes.
A deputada socialista, que esteve presente na reunião com o Governo, afirma que o PS está a aguardar um contacto para uma nova reunião e que só depois, nesse encontro, serão apresentadas e discutidas as propostas que os socialistas querem incluir no OE2025. "Nessa reunião discutiremos o que entendermos discutir", disse.
Até lá, o PS não vai enviar propostas porque "não foi isso que ficou combinado, nem entendido, nem subentendido". Ou seja, os socialistas não contam divulgar as propostas antes de falar com o Governo. "Serão os primeiros a saber qual é a nossa posição em algumas matérias", comprometeu-se Alexandra Leitão.
A líder parlamentar do PS garantiu ainda que o partido não está com uma postura diferente e que desde Julho que os socialistas estão "disponíveis para conversar, disponíveis para reunir". "Não mudámos nem em Julho, nem agora", disse.
Quanto à ausência do primeiro-ministro nas primeiras duas rondas de negociações, o PS prefere não tirar ilações (ao contrário do que fez o Chega). "O Governo faz-se representar por quem entende. Não vou aqui secundarizar nenhum dos protagonistas que designadamente ontem estiveram na reunião", respondeu.