Inflação fica abaixo dos 2% em Agosto

INE confirma desaceleração dos preços em Agosto. A variação do índice de preços no consumidor (IPC) foi de 1,9% com descidas do gasóleo e fruta fresca face a Agosto do ano passado.

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Efeito da desaceleração dos preços é mais evidente devido aos grandes aumentos que categorias como as frutas e combustíveis registaram em 2023 Miguel Manso
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 1,9% em Agosto, uma taxa inferior em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à que havia sido registada em Julho.

A influenciar a descida esteve a evolução dos preços dos produtos energéticos, cujo índice diminuiu para -1,5%, depois de uma subida de 4,2% em Julho. O INE explica que este efeito se deve à combinação da redução mensal nos preços dos combustíveis e lubrificantes (-2,5%) “com o efeito de base associado ao aumento registado em Agosto de 2023 (9,3%)”. Por exemplo, a variação do preço do gasóleo foi de -2,93%.

Também contribuiu para a descida do IPC a desaceleração dos preços dos alimentos não transformados (a variação do índice foi 0,8%, que compara com os 2,8% em Julho), e em particular da fruta fresca e frigorificada, em que houve uma diminuição de 4,20%.

Mais uma vez, o contributo é mais evidente devido ao efeito de base associado ao aumento de 3,9% registado em Agosto de 2023, quando o ritmo de aumento dos preços ainda se mantinha particularmente alto.

Excluindo da análise os preços dos produtos energéticos e alimentares não transformados, o indicador de inflação subjacente aumentou 2,4%, que é uma variação idêntica à observada em Julho.

Em termos mensais, a inflação caiu 0,3% (menos que a diminuição de 0,6% no mês precedente, mas abaixo da subida de 0,3% verificada no mês homólogo). A variação média dos últimos doze meses foi 2,3% (2,5% em Julho).

Por classes de despesa, e na comparação com o mês de Julho, o INE destaca as diminuições das taxas de variação homóloga dos transportes e dos restaurantes e hotéis, com descidas de 1,5% e 2,4%, respectivamente (comparadas com aumentos de 1,4% e 3,5% no mês anterior). Em contrapartida, registaram-se aumentos nas categorias lazer, recreação e cultura, bem como vestuário e calçado, em que as variações foram de 1,2% e 0,3%, respectivamente (face aos 0,2% e -0,4% em Julho).

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português (que permite a comparação da evolução da inflação nos 27 Estados-membros da União Europeia) aumentou 1,8%, um “valor inferior em 0,9 p.p. ao registado no mês anterior e inferior em 0,4 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em Julho, a taxa em Portugal tinha sido superior à da área do euro em 0,1 p.p.)”, nota a entidade estatística.

Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal registou uma subida homóloga de 2,3% em Agosto (abaixo dos 2,6% em Julho), uma taxa menor à correspondente para a área do euro, que está estimada em 2,8%.

A variação mensal do IHPC foi de -0,1% (havia sido de -0,8% no mês anterior e 0,8% em Agosto de 2023). Quanto à variação média dos últimos doze meses, atingiu 2,8%, abaixo dos 3,1% de Julho.

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