Portugal teve de ir buscar Ronaldo ao banco para vencer a Escócia

“Capitão” da selecção nacional entrou na segunda parte para marcar aos 88 minutos e acabar com a resistência dos britânicos.

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Rúben Dias e Scott McKenna no duelo da Luz RODRIGO ANTUNES / LUSA
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Portugal teve de ir ao limite das forças para conseguir vencer (2-1), este domingo, com o 901.º de Cristiano Ronaldo, o segundo jogo do Grupo A1 da Liga das Nações, contornando depois de 88 minutos de nervos uma Escócia que marcou cedo e vendeu muito caro o triunfo que dá a liderança no grupo à selecção de Roberto Martínez.

Depois do recorde de 900 golos de Cristiano Ronaldo — que neste domingo foi pela primeira vez para o banco da selecção desde o Marrocos-Portugal do Mundial do Qatar —, com a Luz em festa, repleta, à espera do recorde adiado de Quenda e do 600.º jogo de Bruno Fernandes no dia do seu 30.º aniversário, McTominay deixou o estádio em estado de choque.

A Escócia, que nunca ganhara em Portugal, e não vencia um jogo oficial há precisamente um ano — jejum iniciado no Chipre, na fase de qualificação para o Europeu —, estava, subitamente, em vantagem, e em condições de colocar em prática um plano de jogo hermético, com a equipa entrincheirada, com oito unidades num bloco que foi resistindo à erosão.

Uma curiosidade: há um ano, em Larnaca, McTominay abriu o marcador aos 6 minutos, também de cabeça, igualmente a cruzamento da esquerda, surgindo nas costas dos defesas. Mas, depois desse jogo, em 13 compromissos, os escoceses só venceram Gibraltar num particular, no Algarve.

Gunn a fumegar

Competia, agora, a Portugal prolongar a crise da Escócia, o que implicava a marcação de um par de golos. Rafael Leão rugiu aos 20 minutos, deixando Gunn a fumegar; Diogo Jota fez mais dois disparos à queima-roupa, ambos a passarem de raspão.

Pedro Neto e Bruno Fernandes asfixiavam os britânicos. Mas os homens das terras altas estavam habituados ao ar rarefeito. E, apesar da inspiração do guardião Gunn, só puderam respirar de alívio quando soou o apito para intervalo.

O efeito Cristiano Ronaldo

Com o adversário acantonado e a margem de manobra cada vez mais reduzida, Roberto Martínez mandou aquecer Cristiano Ronaldo. O efeito do “capitão” fazia sentir-se no relvado antes mesmo da entrada do madeirense.

Pedro Neto e Palhinha ficavam no balneário, com Rúben Neves a ir a jogo com o goleador mais profícuo da história do futebol. Portugal entrou a pressionar, como fizera durante toda a primeira parte, mas com uma diferença: desta vez, Bruno Fernandes (54’) acertou no alvo, deixando a imagem de Gunn tremida na fotografia.

Mas o golo de Portugal teve o condão de despertar o adversário, que pegou na bola e esteve mesmo na iminência de recuperar a vantagem num par de ensaios de McTominay.

A discrepância da primeira parte, com 16 remates de Portugal contra apenas um da Escócia, deu lugar a um equilíbrio nos primeiros 25 minutos do segundo tempo, com quatro remates lusos e três escoceses e Diogo Costa a ter de mostrar-se na baliza.

Portugal apelou a Félix, João Neves e Dalot e a Escócia voltou a sentir o peso de um adversário que está 40 lugares à frente no ranking FIFA. Félix teve mesmo o 2-1 à mercê, desperdiçando a primeira grande ocasião do segundo tempo. Cristiano Ronaldo esteve ainda mais perto de colocar Portugal na frente do marcador e do Grupo 1, mas por duas vezes no espaço de segundos encontrou o poste no caminho do golo.

Mas Cristiano estava decidido a iniciar a caminhada rumo aos 1000 golos e, a dois minutos dos 90, levou a Luz ao delírio, consumando uma vitória suada frente a um adversário que lutou até ao fim.

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