Roberto Martínez espera uma Escócia física e tecnicamente forte

Seleccionador de Portugal garante que Quenda está preparado para a estreia e defende que ninguém pode impor limites a Cristiano Ronaldo quanto à meta dos mil golos.

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Roberto Martínez MANUEL DE ALMEIDA / EPA
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O seleccionador de Portugal, Roberto Martínez, abordou este sábado o compromisso de domingo (19h45, RTP1) com a Escócia, no Estádio da Luz, segundo jogo do Grupo A1 da Liga das Nações que a selecção lusa lidera a par de Polónia, depois da estreia vitoriosa frente à Croácia.

O treinador espanhol, que dispensou Vitinha, do PSG, lesionado no jogo com os croatas, reconhece as diferenças do primeiro para o segundo duelo, muito por culpa do futebol mais físico e directo dos britânicos, mas não resume as valências da selecção da esposa e dos sogros a um estilo mais duro e menos criativo.

"A Escócia tem jogadores que actuam em campeonatos como a Premier League e a Série A italiana. Jogadores de grande qualidade", como Scott McTominay e Billy Gilmour (ambos do Nápoles) ou Andrew Robertson (Liverpool), que contribuíram para a ascensão da Escócia à Liga A, depois de terem disputado a Liga C (2018/19) e a Liga B (2020/21 e 2022/23).

Sogros contentes

"A Escócia é uma equipa tipicamente britânica, com muita intensidade e um jogo competitivo, de ataque rápido com ritmo alto", descreveu Martínez, que é casado com uma escocesa, o que poderia conduzir a um "dilema".

"A minha mulher não é problema. Já tive essa experiência. Os sogros sim. Mas o novo modelo resolveu esse problema, já que passam duas equipas e posso manter os sogros contentes", brincou Martínez, sem desviar-se do essencial.

"Precisamos de clareza a atacar frente a um adversário que defende bem e possui jogadores com muita experiência. Temos de evitar os lances de bola parada. Mas, repito, os nossos jogadores conhecem a intensidade do futebol britânico e estamos preparados para o jogo objectivo e vertical e para a qualidade de uma equipa que também gosta de ter a bola e já provou que luta pela vitória até ao limite, tendo perdido com a Polónia depois dos 90 minutos".

Com 72 horas de intervalo entre os jogos, a exigência física ganha expressão, o que poderá beneficiar um adversário mais vocacionado para os duelos, mas Martínez acredita que o desafio é igual para todas as selecções.

"É o mesmo para o adversário. Só é diferente em termos de conceitos. Mas a preparação correu muito bem e estamos preparados".

Vitinha obriga a alterações

Roberto Martínez não conta com Vitinha e terá que optar entre Palhinha, Rúben Neves e João Neves, para colmatar a lacuna. Mas o seleccionador abre esse leque, lembrando que poderá ter que fazer mais alterações, para proteger a equipa e os próprios jogadores.

"Podemos também utilizar o Bernardo ou o Bruno nessa posição. Temos essa flexibilidade. Mas não quero falar do 'onze'. Temos um segundo treino para avaliar e tomar decisões em relação ao momento dos jogadores. Podemos, inclusive, ter mais alterações. Precisamos repartir esforços, ajudar física e mentalmente a equipa a estar preparada para a exigência de jogar contra a Escócia".

Ronaldo e Quenda em destaque

À margem do colectivo, Martínez respondeu a questões de cariz mais individual, como a meta de 1000 golos de Cristiano Ronaldo ou a estreia de Geovany Quenda.

"Marcar 900 golos não é fácil. É um feito histórico, incrível e uma inspiração para o futebol. Um número para sempre. Mas o desempenho do Cristiano foi cheio de inteligência. Não são só os golos. Foi um desempenho muito importante para abrir espaços e podermos ganhar o jogo. Mas ninguém pode dizer que o Cristiano não pode fazer algo. O objectivo é colectivo e para mim não contam só os golos. Se ele puder fazer cem assistências será fantástico".

Sobre Quenda, que poderá tornar-se no mais jovem a representar a selecção desde Paulo Futre, Martínez lembrou que o jovem sportinguista "mereceu chegar aqui e estará na lista do jogo. Depois, a decisão depende do que acontecer. Mas mostrou estar preparado para jogar pela selecção".

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