Madrid proíbe trotinetas eléctricas de aluguer nas ruas a partir de Outubro

A autarquia cancelou os contratos com as três empresas autorizadas a operar na cidade por incumprimento dos limites de velocidade e estacionamento indevido.

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As trotinetas eléctricas deixam de circular em Madrid a partir de Outubro Reuters
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Depois de Paris, chegou a vez da autarquia de Madrid tomar uma decisão definitiva sobre a circulação trotinetas eléctricas alugadas nas ruas. A câmara municipal da cidade anunciou esta quinta-feira, dia 5 de Setembro, que vai cancelar os contratos com as três empresas proprietárias destes veículos eléctricos por incumprimento de regras de segurança.

Segundo a Reuters, que cita um comunicado da autarquia regional, as trotinetas vão desaparecer de Madrid a partir de Outubro.

As empresas Lime, Dott e Tier Mobility, cujas trotinetas estão disponíveis através da aplicação da Uber, eram as únicas que tinham autorização para operarem na cidade. De acordo com o El País, os contratos foram celebrados em Maio de 2023 e deveriam vigorar durante três anos, mas terminam ao final de um ano. No total, as empresas tinham 6 mil trotinetas espalhadas por Madrid, mas estavam obrigadas a impor limites de velocidade às trotinetas, requisito que nunca cumpriram.

A par disto, acrescenta a agência noticiosa, teriam de implementar uma tecnologia que obrigasse os passageiros a estacionar as trotinetas em zonas autorizadas e os impedia de circularem por ruas exclusivamente pedonais ou perto de zonas históricas, mas estas imposições também não foram respeitadas, lê-se no comunicado assinado pelo presidente Jose Luis Martinez-Almeida.

Entre 2021 e 2023, foram emitidas 11 mil multas por mês por mau estacionamento destes veículos eléctricos.

No comunicado citado pelo mesmo jornal, a autarquia avisa que as empresas podem recorrer da decisão até dia 20 de Setembro, mas não tenciona conceder novas licenças. Das três empresas só a Lime se pronunciou sobre a “decisão unilateral” da Câmara Municipal de Madrid. Garantiu ainda que procurou resolver os problemas com as trotinetas.

Em alternativa, a autarquia comprometeu-se a ampliar a rede das bicicletas eléctricas públicas BiciMad, alternativa que garante ser mais sustentável.

Explosões de baterias das trotinetas

Madrid está a controlar a circulação das trotinetas eléctricas desde o ano passado, depois da bateria de um destes veículos ter explodido numa linha de metro em Outubro. Nessa altura, o Governo regional decidiu proibir temporariamente o transporte destes veículos nos metros e autocarros urbanos e interurbanos, sendo que os passageiros que não cumprissem a ordem seriam expulsos do meio de transporte público. A Catalunha impôs a mesma medida, mas os infractores incorriam numa multa de 200 euros.

À semelhança de Madrid, esta região espanhola também optou por proibir as trotinetes eléctricas nos transportes públicos depois de um destes veículos ter explodido e ferido cinco pessoas.

Segundo o El País, um dos motivos que explica a explosão das baterias são as modificações que alguns passageiros tendem a fazer nas trotinetes para que, por exemplo, circulem a uma maior velocidade. Carregar a bateria com um aparelho que não é o de origem também faz com que esta aqueça mais do que é suposto.

Reino Unido e França foram outros dois países que proibiram estas trotinetes nas ruas e nos transportes públicos, depois de também terem registado acidentes.

Conforme noticiou o P3, Paris tornou-se, inclusive, a primeira capital da Europa a proibir as trotinetas partilhadas nas ruas depois de 90% dos eleitores que participaram num referendo local terem votado a favor da decisão.

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