Pelo menos 17 crianças mortas em incêndio numa escola no Quénia

O incêndio devastou um dormitório e 13 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos graves, informaram as autoridades.

Foto
Incêndio devastou o dormitório de uma escola na região de Nyeri, no centro do Quénia Facebook da Hillside Endarasha Academy
Ouça este artigo
00:00
02:59

Pelo menos 17 estudantes morreram num incêndio que devastou, na quinta-feira à noite, o dormitório de uma escola na região de Nyeri, no centro do Quénia, anunciou esta sexta-feira a polícia.

O fogo terá começado por volta da meia-noite e rapidamente tomou conta dos dormitórios onde 156 rapazes dormiam. Pelo menos 16 pessoas morreram no local e uma mal deu entrada no hospital. "Os corpos estavam irreconhecíveis", disse a porta-voz da polícia, Resila Onyango, citada pelo jornal Nation.

O incêndio "causou 17 mortos" e 13 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos graves, informou Onyango, que falou aos jornalistas às 9h locais (7h em Lisboa). Acrescentou ainda que a média de idade das vítimas ronda os nove anos.

As autoridades consideraram ser possível que o número de mortos possa aumentar. “É provável que sejam recuperados mais corpos quando o local for totalmente examinado”. Foi enviada uma equipa de investigadores para a escola.

A Cruz Vermelha pediu aos pais que foram buscar os filhos a meio da noite que notifiquem a escola para se saber ao certo onde estão todas as crianças, de forma a acelerar a investigação.

"Os responsáveis serão chamados a prestar contas", escreveu William Ruto, Presidente do Quénia, após lamentar o incêndio "terrível" e "devastador". Informou ainda que o Ministério do Interior está a mobilizar "todos os recursos necessários para apoiar as famílias afectadas". A Cruz Vermelha instalou um balcão na escola e está a prestar apoio psicológico aos alunos, professores e famílias afectadas. Há também dois hospitais a prestar apoio à família das vítimas e sobreviventes.

A causa do incêndio na escola Hillside Endarasha Primary está a ser investigada, afirmou Onyango.

O secretário de Estado da Educação Básica, Belio Kipsang, visitou a escola e informou que o incêndio tinha devastado o dormitório masculino, onde 156 rapazes dormiam. O jornal Nation confirmou que a estrutura era maioritariamente feita de madeira. 824 alunos entre os cinco e os 12 anos frequentam a escola, localizada a cerca de 170 quilómetros a norte da capital, Nairobi. Desses, 156 rapazes e 160 raparigas dormem nas instalações.

O vice-presidente do Quénia, Rigathi Gachagua, também vai visitar o local.

Este não é um caso único, ao longo dos anos vários incêndios consumiram dormitórios de escolas no país e em grande parte da África Oriental. Em 1994, 40 alunos morreram e 47 ficaram feridos num incêndio numa escola de raparigas na Tanzânia.

Em 2001, 67 alunos foram mortos numa escola no sul do Quénia - dois alunos foram acusados de terem assassinado os colegas. Mais recentemente, em 2017, nove estudantes morreram queimadas numa escola secundária feminina em Nairobi, capital do Quénia. Após investigação, a polícia concluiu que teria sido uma aluna de 18 anos, que acabara de ingressar na escola, a provocar o incêndio porque queria mudar de escola.