Juiz adia sentença de Donald Trump para depois das eleições

Ex-Presidente dos Estados Unidos consegue uma vitória no processo em que foi declarado culpado de falsificação de documentos por ter pagado pelo silêncio de uma actriz de filmes pornográficos.

Foto
Donald Trump foi considerado culpado de 34 crimes em Maio JANE ROSENBERG / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:45

O juiz que lidera o processo contra Donald Trump em Nova Iorque anunciou esta sexta-feira que vai proferir a sentença apenas depois das presidenciais, para que ela não tenha influência no desfecho da eleição. A sentença será lida a 26 de Novembro, determinou o juiz Juan Merchan, abdicando assim de a proferir a 18 de Setembro, como estava previsto.

Este adiamento serve “para evitar qualquer aparência, mesmo que involuntária, de que a audição foi influenciada ou pretende influenciar a eleição presidencial que se avizinha e na qual o arguido é candidato”, escreveu Merchan na decisão.

Donald Trump foi considerado culpado de 34 crimes de falsificação de documentos no caso do pagamento de 130 mil dólares à actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels para que esta se mantivesse em silêncio sobre uma relação sexual entre ambos.

Desde o veredicto que Trump tem tentado várias manobras legais para que a sentença não seja proferida ou, a sê-lo, apenas depois das presidenciais. A decisão de Juan Merchan é assim uma vitória para o candidato republicano à Casa Branca, cujo porta-voz Steven Cheung reagiu imediatamente: “Não deve ser proferida sentença nesta caça às bruxas de interferência eleitoral da procuradoria de Manhattan.”

Esta é a segunda vez que o juiz adia a leitura da sentença, que estava prevista para 11 de Julho. A decisão sem precedentes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que concedeu imunidade aos ex-Presidentes em casos que envolvam actos de natureza oficial, levou Merchan a um primeiro adiamento para que as partes se pronunciassem. Com base nessa decisão, Donald Trump pediu que o caso seja anulado. Será igualmente o juiz Merchan a pronunciar-se sobre esse pedido, a 12 de Novembro.

O ex-Presidente procurou igualmente que o processo subisse do nível estadual para um tribunal federal, mas essa hipótese foi recusada por um juiz na quarta-feira.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários